A história da borboleta

Junho começa com uma comemoração muito importante, o “Dia da Criança”. Deve ser um dia que nos remeta para as memórias da nossa própria infância, rever o caminho percorrido até aqui, o que foi importante, o que nos marcou, de forma positiva ou negativa, o que nos ajudou a crescer.

Esta reflexão, deve-nos fazer pensar também sobre a forma como estamos a ser pais. Que memórias estamos a construir com as nossas crianças? Que mais marcou a vida dos nossos filhos? Como se vão lembrar de nós? De que forma os estamos a ajudar a crescer? O quanto contribuímos para a pessoa em que se estão a tornar?

Estas questões fazem-me lembrar a história da borboleta, que volto a partilhar convosco (posso já o ter feito em outro contexto): Reza assim a história:

“Um homem observou, horas a fio, uma borboleta esforçando-se para sair do casulo. Ela conseguiu fazer um pequeno buraco, mas seu corpo era grande demais para passar por ali. Depois de muito tempo, ela pareceu ter perdido as forças e ficou imóvel.

O homem, então, decidiu ajudar a borboleta: com uma tesoura, abriu o restante do casulo, libertando-a imediatamente. Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observá-la, esperando que, a qualquer momento, suas asas se abrissem e ela levantasse voo. Mas nada disso aconteceu.

Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas, incapaz de voar.

O que o homem – em sua gentileza e vontade de ajudar – não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura é o modo escolhido pela natureza para exercitá-la e fortalecer suas asas, dando origem ao primeiro ato de autonomia e capacidade de vencer obstáculos.”

As crianças são de alguma forma como as borboletas. Necessitam do casulo, que é a barriga da mãe, para se desenvolverem até estarem prontas sair e, num primeiro esforço de sobrevivência, saírem e iniciarem o seu voo pela vida. Cuidar com amor, criando um ambiente tranquilo enquanto a criança está no “casulo” é fundamental para que as suas primeiras memórias (físicas/”o sentir”) construídas sejam positivas. Depois necessitamos de estar ao lado e deixar crescer, para que as asas se fortaleçam e lhe permitam fazer os voos que escolher. Estar ao lado, não é fazer por ela, é dar suporte, é demonstrar em cada gesto e cada palavra esse suporte e esse amor, dar-lhe a certeza que é amada, importante e suficiente por aquilo que ela é, acreditar e ajudá-la a desenvolver as suas capacidades. É ajudar a levantar quando cai, mas deixar caminhar. É dizer “Tu consegues! Eu estou aqui se precisares, mas tu consegues.”

Algumas vezes, um esforço extra é justamente o que nos prepara para o próximo obstáculo a ser enfrentado. Quem se recusa a fazer este esforço, ou quem tem uma ajuda errada, termina sem condições de vencer a batalha seguinte, e jamais consegue voar até o seu destino.

O ingrediente fundamentar, a melhor prenda que podemos dar aos nossos filhos é, mais do que qualquer bem material, o nosso tempo, e durante esse tempo, verdadeiramente ESTAR PRESENTE!

O bom exemplo, constitui o melhor e mais eficaz sistema de educar os filhos!

 

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