José Manuel Vargas

Natural de Lisboa, nascido em 1948. Tem ascendência materna e paterna ligada às freguesias de S. Bartolomeu de Messines e S. Marcos da Serra. Professor do Ensino Secundário ( aposentado), é investigador de história local e regional, com várias obras publicadas.

A Igreja Matriz de São Marcos da Serra ( conclusão)

(conclusão) Na primeira metade do século XIX, a pacata aldeia de São Marcos conheceu períodos de grande agitação que perturbaram não só a vida económica e social da pequena comunidade rural (cerca de 250 vizinhos), mas que também afectaram bastante a vida religiosa. A guerra civil que opôs liberais e absolutistas (1828-1834) e as acções de guerrilha desenvolvidas a partir de 1836, sob o comando do Remechido, e que se prolongaram depois do seu fuzilamento em 1838, até cerca de 1843, deixaram profundas marcas numa freguesia devota e conservadora, naturalmente partidária da causa miguelista do “Trono e do Altar”. Numa …

Ler Mais »

A Igreja Matriz de São Marcos da Serra, do século XVI aos nossos dias

Classificada como imóvel de valor concelhio, desde 1995, a igreja de São Marcos da Serra conserva, na sua configuração actual, marcas históricas de diferentes épocas e elementos patrimoniais que a tornam no edifício mais representativo da freguesia, com relevante importância cultural, simbólica e afectiva para as gentes da isolada povoação serrana. Ainda que não seja conhecida documentação escrita sobre a fundação da igreja e criação da freguesia, subsistem testemunhos que nos permitem apontar os finais do século XV ou inícios do século XVI para uma primeira construção, provavelmente de uma ermida dedicada ao santo evangelista, desde logo as ombreiras tardo-góticas …

Ler Mais »

O convento franciscano de Silves: aspectos da sua história

Em tempos muito recentes (há cerca de uma dezena de anos), graças à marca de vinhos “Convento do Paraíso”, produzidos na Quinta de Mata-Mouros, reavivou-se uma memória, já bastante esbatida, de uma casa conventual que os frades franciscanos tiveram em Silves, naquele espaço, abaixo da cidade, na margem esquerda do Rio Arade. A presença da Ordem de São Francisco, dita dos Frades Menores, no Algarve, deve remontar a finais do século XIII, altura em que esses religiosos mendicantes terão estabelecido conventos em Loulé e Tavira. Não se encontrou até à data qualquer documento que testemunhe a existência de um convento …

Ler Mais »

A cultura da amêndoa no Algarve: notas históricas 2

A importância económica da amêndoa algarvia que já era assinalável no século XVI (ver número anterior deste mensário), ganhou novo incremento no século XVII, tornando-se num dos principais produtos de exportação, a par de figos, alfarrobas, azeite e laranjas. Para a Flandres e outros mercados tradicionais do Norte da Europa, saíam regularmente dos portos de Faro e Tavira carregamentos de amêndoas (cocas e duras) que os mercadores encomendavam em Loulé, Albufeira, Tavira (Joaquim Romero de Magalhães, O Algarve Económico 1600-1773, págs. 172, 259, 281). A produção e exportação nas zonas de Silves e Lagos está pouco documentada, sabendo-se que os …

Ler Mais »

A cultura da amêndoa no Algarve: notas históricas

Numa altura em que após um longo período de decadência da cultura de sequeiro da amêndoa, começou a ressurgir no Algarve o cultivo desse fruto, agora pelo sistema intensivo, de regadio, com duas grandes explorações (S. Bartolomeu de Messines, 28ha. e Cacela, 38 ha.), pareceu-nos oportuno apresentar um resumo histórico da cultura da amendoeira na região algarvia. Sendo já do conhecimento dos romanos o uso gastronómico e medicinal das amêndoas, a introdução e desenvolvimento dos pomares de amendoeiras no ocidente (Al-Garb) do Al-Andalus ocorreu durante a presença islâmica neste território, como comprovam algumas referências documentais e atesta a conhecida Lenda …

Ler Mais »

A ermida de Nossa Senhora do Pilar: Resenha histórica e artística

Numa altura em que estão a decorrer, finalmente, obras de conservação e restauro da secular ermida de Nossa Senhora do Pilar, pareceu-nos oportuno apresentar uma síntese do conhecimento actual sobre a sua história e o seu património artístico. O culto de Nossa Senhora do Pilar desenvolveu-se em Portugal no século XVII, por influência do crescimento da devoção no santuário mariano desse título, em Saragoça, e do incentivo ao culto pelo Papa Alexandre VII. Em 1644, foi fundada no Mosteiro de S. Vicente de Fora uma irmandade de N. S. Pilar e construída uma capela, em 1672. De S. Vicente de …

Ler Mais »

O Terramoto de 1755 em Silves

O grande sismo de 1 de Novembro de 1755 e o tsunami por ele gerado afectaram com enorme gravidade todo o Algarve e, em particular, o litoral do Barlavento (Albufeira, Armação de Pera, Portimão, Lagos). A cidade de Silves, não sendo atingida pelas ondas do tsunami que ainda entraram pelo Rio Arade, sofreu consideráveis danos e vítimas provocados pelo terramoto de que, temos notícia com algum pormenor, logo no dia 3, através de uma carta remetida de Lagoa à “Gazeta de Lisboa” e publicada a 6 (nº 47): A cidade de Silves, que dista uma légua deste lugar e que …

Ler Mais »

O testamento de Geraldo Pais, Deão de Silves (1318) (conclusão)

(conclusão) Na publicação anterior, foram analisadas algumas disposições do testamento de Geraldo Pais que, pela sua raridade, constituem um importante contributo para o conhecimento de Silves Medieval. Neste artigo, alargamos a análise a outros aspectos que, sendo de âmbito regional e mais geral, importam ao contexto histórico da sede da diocese e capital do reino do Algarve. Igreja de Santa Maria de Porches A carta de doação do castelo de Porches por D. Afonso III, em Fevereiro de 1250, ao seu chanceler D. Estêvão Eanes, incluía a doação do direito de padroado da igreja ou igrejas a edificar. O foral …

Ler Mais »

A Sé, a Ponte Velha e outros aspectos de Silves medieval, no testamento do deão Geraldo Pais (1318).

A Sé, a Ponte Velha e outros aspectos de Silves medieval, no testamento do deão Geraldo Pais (1318). É desde há muito conhecida a escassez de documentos medievais para a história de Silves. Por razões nunca bem esclarecidas, além dos capítulos de Cortes dos séculos XIV e XV, publicados por Alberto Iria, são raras as fontes históricas que chegaram até nós com informação relevante para esse período da vida da cidade, com destaque para o Foral de 1266 e para o Livro do Almoxarifado (meados do séc. XV). Neste contexto, assume particular importância a descoberta e publicação de um extenso …

Ler Mais »

A ermida de São Pedro, em São Bartolomeu de Messines

Situada numa pequena elevação, a cerca de 1Km a Oeste da vila de S. Bartolomeu de Messines, a ermida de S. Pedro tem uma história mais antiga do que geralmente é referido e repleta de motivos de interesse. As diversas publicações e inventários do património concelhio apontam, invariavelmente, para a fundação da ermida no século XVIII, considerando as suas características arquitectónicas e a notícia da sua existência nas Informações Paroquiais de 1758. Ora, num esquecido conjunto de artigos de José Pinheiro Rosa, publicados no “Correio do Sul”, entre 1 de Junho e 13 de Julho de 1967, sob o título …

Ler Mais »