Correio do Leitor : O asseio em Armação de Pêra

O asseio em Armação de Pêra

Desde os meus 17 anos que passo tempos em Armação de Pêra. Meus 67 anos de vida já estão cumpridos. Este ano lá estive entre os dias 25 de Setembro e 23 de Outubro.

Os restos de consumo espalhados pelos jardins, estacionamentos públicos, terrenos privados das redondezas, nas ruas e ruelas da povoação e pontas de cigarros enterrados no areal, que se descobriam ao tentar preparar o sítio para desfrutar do sol e da vista, incomodaram a vista da minha família. Seriamente.

A existência de avultado número de imigrantes, trabalhadores temporários, residindo em condições lastimáveis, um deles dormindo dentro duma carrinha abandonada num terreno privado e bem descuidado, gentes essas com desconhecimentos da língua portuguesa, alguns incapazes até de comunicar em Inglês, tocaram meu lado altruísta. Fui à Junta de Freguesia e pedi uma reunião com o Sr. Presidente. Informado que ele recebia pessoas às 4as feiras, marquei para a seguinte. No dia anterior recebi telefonema informando que estava desmarcada, sem explicações, e marquei para a seguinte. Compareci com 15 minutos de adiantamento. Lá mesmo me informaram que me haviam enviado mensagem. Abri-a e que informava que o Sr. Presidente não me receberia e mais: não havia informação de quando o faria no futuro. Hummmm, estranhei, agradeci e saí.

Como parêntesis aqui faço saber que dias depois fui à Junta de Freguesia de Pêra, para recolher informações e fiquei sabendo que o Sr. Presidente recebia 2 dias por semana. Tendo deixado meu contacto, o Sr. Presidente daquele organismo teve a amabilidade e responsabilidade de me ligar ainda não eram passadas duas horas. Muito bem Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Pêra.

Aquilo que eu desejava saber da parte da Junta de Freguesia de Armação de Pêra era:

Orçamento para asseio; equipamentos usados para o mesmo; número de pessoas com responsabilidade para executar o mesmo; horários de trabalho quer no verão quer em épocas baixas; normas legislativas implementadas para educar e exigir cooperação quer dos residentes quer dos visitantes; formas usadas para fazer saber as mesmas e meios usados para fiscalizar e castigar abusos.

Tinha também em mente pedir espaço para educar os imigrantes na língua Portuguesa. Eu arranjaria e pagaria os honorários duma Sra. Professora para leccionar uma hora por semana.

Como a gente deve concentrar-se na beleza e fragrância da rosa evitando os espinhos que abundam em seu caule, a seguir proponho ao próximo líder de Armação de Pêra – sim porque o atual indispõe de tempo e maneiras para executar a função pública- passos a considerar para melhorar o lugar com que Deus nos abençoou a todos, mas que aos residentes deu a responsabilidade acrescida de cuidar e manter:

– os estudantes devem ser consciencializados para serem asseados quer em casa, que naquilo que é público.

– às comunidades religiosas deve ser pedida cooperação porque: a limpeza Deus ama.

– a todos os comércios deve ser pedida cooperação, quer financeira- por pequena que seja- bem assim que cuidem pessoalmente dos arredores dos espaços que ocupam. Beneficiados são e serão.

– existência de um dia semanal de asseio. Quero com isto motivar os habitantes de cada rua, avenida ou ruela, para que um dia por semana, cooperem com o asseio, limpando o lixo que possa existir em redor de suas vivendas, casinha típicas ou condomínios.

– ao longo da praia colocar recipientes que os fumadores podem usar para colocar seus restos. Estes podem ser depois esvaziados em local apropriado.

– colocar em todas as saídas-entradas da povoação anúncios bem visíveis, convidando as pessoas a serem asseadas e informando potenciais penalidades.

– no final de cada comunicação ou anúncio escrever sempre as palavras: obrigado- thank you.

A responsabilidade é de todos: residentes e visitantes. Ambos beneficiam do asseio. Os primeiros porque residem num local abençoado e asseado; os segundos porque se sentem bem recebidos, aprendem e participam.

Sobre os imigrantes a coisa é mais complicada. Mesmo assim, educar na nossa língua materna, aqueles que também participam na nossa economia é um mais. Não um menos. Eu continuo disposto a ajudar; agora financeiramente menos, pois um castigo está merecido pela Junta. Mas ajudarei com 10 euros por semana e durante 6 meses por ano, isso desde que haja alunos em número de pelo menos 20, durante 6 meses por ano pois acredito que nos outros meses os imigrantes estarão muito ocupados com trabalho.

Obrigado pela vossa atenção e cooperação

Luís do Canadá

(Novembro 2023)

 

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