PCP divulga nota de pesar por José Veloso, o arquiteto dos Bairros SAAL

O Secretariado da Direção da Organização Regional do Algarve do Partido Comunista Português divulgou uma nota de pesar pela morte, em 19 de janeiro de 2024,  de José Paulo Velho Geraldo de Albuquerque Veloso.

Nascido a 9 de junho de 1930, na Freguesia de Santa Maria em LagosJosé Velosolicenciou-se em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e passou a exercer a sua profissão em Lagos, onde abriu o seu próprio Gabinete de Arquitetura.

Em 1967 e em 1972, fez parte das delegações portuguesas de arquitetos aos congressos da União Internacional dos Arquitetos, respetivamente na Checoslováquia e na Bulgária.


Em 1969 participou ativamente no Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE) e foi então candidato da CDE, por Faro, à Assembleia Nacional.

Após o 25 de Abril em 1975, foi candidato à Assembleia Constituinte, pelo MDP-CDE. Foi candidato do PCP, em diversas eleições para a Assembleia da República, sempre pelo círculo de Faro. Foi membro da Assembleia Municipal de Lagos, nas listas da APU e da CDU, nos mandatos de 1980 1982, 1986 1989 e 1990 1993. Foi eleito vereador na Câmara Municipal de Lagos, pela APU, no mandato de 1983 1985 e membro da Comissão Organizadora da Assembleia Constituinte da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, ANMP.

Integrou a Comissão Concelhia de Lagos e foi membro da Direção da Organização Regional do Algarve do PCP.

Dando cumprimento a uma das maiores conquistas da Revolução de Abril “O Direito à Habitação” José Veloso trabalhou para o Fundo de Fomento da Habitação, como coordenador de equipas de projeto do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), com projetos construídos em diversos concelhos algarvios, nomeadamente em Silves.  É nesse quadro que José Veloso ficou com o seu nome de arquiteto irreversivelmente ligado a um extraordinário acontecimento popular, marca da Revolução de Abril: «Os índios da Meia Praia».

Como membro da Cooperativa BLOCO, Crl., dedicou a sua atividade profissional quase exclusivamente a projetos de equipamentos públicos, de habitação de promoção municipal e de habitação cooperativa, com obras construídas em vários concelhos algarvios e alentejanos.

Recebeu menções honrosas do Fundo de Fomento da Habitação, em projetos de habitação cooperativa, em Lagos, e tem uma obra, em Monchique selecionada pelo IPPAR.

Diversas obras suas foram escolhidas pelo Inquérito à Arquitetura Portuguesa do Século XX, IAPXX, promovido pela Ordem dos Arquitetos.

Fez parte de listas para os corpos sociais da Associação dos Arquitetos Portugueses, antecessora da Ordem dos Arquitetos, tendo sido eleito para o conselho de delegados.

Em 2021 a Ordem dos Arquitetos homenageou-o com o Titulo de Membro Honorário.

Além de projetos de arquitetura, publicados em revistas da especialidade, colaborava frequentemente na imprensa regional do Algarve, com artigos de opinião.

Editou vários Livros nomeadamente: “Lagos e outras terras, memórias soltas e alguns pensamentos sobre gentes da borda d`água, barcos, mar e rios”, “Houve fascismo em Portugal, testemunhos de um cidadão”, “Brevíssima foto-história da Cidade marítima, ao longo do século XX, memórias da cidade bela”, “Grandes navios de vela de bandeira portuguesa, compilação fotográfica com alguma história”.

Foi participante do grupo fundador do Clube de Vela de Lagos, em 1950, e eleito em vários mandatos como Comodoro e como Presidente da Direção. Foi membro eleito do Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Vela, em 1973/74, foi sócio fundador e eleito Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Lacobrigense de Desportistas Náuticos , foi sócio fundador e eleito Presidente da Mesa da Assembleia Geral da TERTÚLIA, Associação Sócio-Cultural de Aljezur.

José Veloso teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo.

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