DIAP de Faro acusa 71 pessoas, portugueses e estrangeiros, de burla informática bancária

O diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Faro acusou , no dia 22 de abril, 71 pessoas pelos crimes de associação criminosa, branqueamento e de falsidade informática.

Os arguidos, de ambos os sexos, têm várias nacionalidades, sendo que 30 são portugueses, 29 brasileiros e 12 são africanos.

Segundo a nota do DIAP de Faro, “parte dos arguidos pertencem à organização criminosa Brasileira denominada Primeiro Comando da Capital (PCC) e dedicavam-se à captura de dados e códigos de acesso a contas bancárias, com vista a posteriormente aceder a sistemas informáticos das instituições de crédito e sequentemente subtrair dinheiro de contas bancárias”.

O método seguido pelos arguidos consistia em criar uma página falsa de acesso a uma instituição bancária e quando a vítima acedia à página falsa, julgando que estava a aceder à página verdadeira, os seus dados eram imediatamente capturados. Na posse desses dados, os arguidos entravam na conta bancária da vítima, através da página verdadeira do banco e programavam uma transferência monetária, para uma conta bancária de um arguido ligado à organização.

A seguir, fazendo-se passar por um funcionário do banco, telefonavam à vítima a informá-la que tinha sido detetada uma operação bancária falsa, mas que, para a anularem, precisavam do código que o banco ia enviar para o telemóvel. Então, os arguidos criavam uma segunda página falsa, onde espelhavam a operação fraudulenta, relativamente à qual a vítima acedia.

“Neste momento, a vítima já estava convencida que os arguidos eram funcionários bancários e que queriam anular a transferência. Imediatamente, os arguidos confirmavam a transferência bancária e o banco enviava o código para o telemóvel da vítima. Como os arguidos permaneciam ao telefone com a vítima, esta dizia-lhes qual era código que aqueles introduziam na conta e assim validavam a operação. Posteriormente, o dinheiro circulava por várias contas bancárias entre Brasil e Portugal de modo a ser branqueado”, explica ainda o Ministério Público.

“O êxito do crime está na rapidez com as operações informáticas são executadas através de computadores que podem estar alojados num terceiro país e na credibilidade que os arguidos põem no diálogo com a vítima”, acrescenta.

Esta organização criminosa estava dividida “por funções” havendo arguidos que se ocupavam da parte informática, outros que telefonavam à vítima e ainda outros que põem as contas bancárias à disposição, de modo a fazer circular o dinheiro.

A investigação esteve a cargo da Polícia Judiciária.

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