Carrinhos de rolamentos, A “adrenalina” pelas ruas de São Marcos da Serra

As corridas de carrinhos de rolamentos já são uma tradição em São Marcos da Serra, pelas comemorações do 25 de abril de 1974, e este ano não foi exceção.
Cerca de uma dezena de entusiastas lançaram-se sem medo por algumas das descidas que a aldeia oferece, nesta corrida organizada pelo Moto Clube de São Marcos da Serra.

Uma amostra dos participantes

Para quem, como a jornalista, não percebe nada do assunto, convém começar pelo princípio: o que é um carrinho de rolamentos? A resposta dada por quem sabe: tradicionalmente é feito todo em tábua, incluindo o eixo, o guiador tem de ser feito de ramos ou cordel.

Domingos Telo no Brutus

Aqui, em São Marcos da Serra, no Largo da Igreja, onde decorrem as inscrições para a prova que mais tarde se realizará, estão expostas também outras categorias, como as “trikes” que são basicamente bicicletas com três rodas. Não é por acaso que as corridas de carrinhos de rolamentos e trikes têm, geralmente, também prémios para os participantes mais originais. Na verdade, sendo cumpridas as regras básicas, cada veículo será o que a imaginação do seu condutor quiser. Sendo também comum que os próprios participantes se apresentem com vestimentas originais e surpreendentes…

Estas corridas, que mais parecem uma brincadeira, são, no entanto, um caso sério. Domingos Telo, de Albufeira, que encontramos junto ao “Brutus”, o seu carro que já foi campeão nacional, explica-nos que esta é uma atividade que requer experiência e cuidado. Um carro como o dele, feito para correr, atinge os 100km à hora, em provas como o campeonato nacional, com terreno favorável. E estes veículos, que parecem brinquedos, podem custar 50€, mas também vão aos 1000€.

 

Um dos entusiastas da aldeia de São Marcos da Serra, que participa habitualmente nestes passeios, é José Dias, que conduz o “Terrível”, um carrinho mais tradicional. É ele quem nos explica o que vemos e nos apresenta os condutores. Como Luís Bento, da Team Trikes Rolamentos, de Castro Marim. Há três anos que começou com um carrinho e um grupo de amigos. O grupo foi evoluindo, encontraram um patrocinador e com o apoio importante do clube da terra, o Campesino Recreativo Futebol Clube, formaram uma equipa e organizam provas que movimentam centenas de pessoas a assistir, cada vez mais.

José Dias no Terrível

Um movimento semelhante existe em Quarteira, de onde vem a equipa dos Piratas dos Rolamentos, a primeira associação do Algarve desta modalidade, que também tem feito estas corridas ganharem visibilidade e adesão.
Aliás, pode ser uma surpresa para muitos, mas este tipo de provas tem vindo a ganhar cada vez mais importância, em vários pontos do país, e encontra-se a decorrer o campeonato nacional, com provas de janeiro a dezembro que passarão por 20 municípios. Além dos objetivos inerentes a uma corrida, que é sempre agradável terminar e ainda mais ser premiado, existem também objetivos que se prendem com a divulgação de territórios e promoção turística.

Para José Dias, o nosso cicerone nesta visita, o que lhe interessa é o gosto que desenvolveu pelo seu “Terrível”, o convívio que se gera nestas ocasiões. E a adrenalina, diz rindo Luís Bento, e acrescentando “já lhe disseram a que velocidade isto chega?”…

Pelas ruas abaixo, com pneus nos locais mais difíceis a amortecerem os choques e com o público seguro atrás de barreiras, é como se costuma dizer: “cada um dá o que pode…”

No final da tarde, feita a corrida, houve classificações e distribuição de prémios, pelo Moto Clube de São Marcos da Serra. Mas se tivéssemos de terminar este texto com a palavra que mais ouvimos, era fácil: “diversão”.

Oa participantes receberam os prémios entregues por Rosa Guerreiro, do Moto Clube de São Marcos da Serra (Foto de Craig Rogers)

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