Há dois dias, a CDU de Armação de Pêra divulgou um comunicado no qual afirma que “ O Natal aproxima-se, mas há funcionários da nossa Junta de Freguesia que não vão ter acesso ao seu salário e subsídio de Natal, porque não há dinheiro para lhes pagar a tempo e horas!”.
Na sua página de Facebook – “Afirmar Armação de Pêra” – , a CDU considera que “algo de estranho se passa na gestão PSD” da freguesia. E questiona como é que uma junta de freguesia que tem “um orçamento largamente superior a meio milhão de euros” não tem “dinheiro para pagar a todos os seus funcionários, logo na época natalícia e num momento tão delicado na vida social e económica de todos nós”.
“Da nossa parte, estaremos na linha da frente para assacar responsabilidades e contribuir para a solução, como sempre estivemos”, acrescenta a CDU, que convida os armacenenses a tirar “ilações sobre este tipo de gestão dos dinheiros de todos nós!”
Sobre este assunto, o Terra Ruiva solicitou esclarecimentos a Ricardo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, que negou categoricamente que haja salários em atraso na autarquia a que preside.
Segundo o presidente da Junta, é verdade que o subsídio de Natal não foi pago aos funcionários no mês de novembro, mas será pago juntamente com o ordenado de dezembro, uma situação que, diz, não é a primeira vez que acontece.
“Os salários do mês de novembro foram todos pagos, integralmente, no dia 23, e o acordado com os funcionários é que o subsídio de Natal será pago juntamente com o ordenado de dezembro, que é pago entre os dias 18 e 23”, afirmou Ricardo Pinto.
Para que esta “situação excecional” tivesse ocorrido, o presidente da Junta de Armação diz que a mesma se deve à necessidade que a Junta teve “ de regularizar uma dívida que nos foi imputada” referente a um “pagamento de IVA de cinco anos”, à Autoridade Tributária.
Ricardo Pinto disse ainda que, apesar da Junta ter um orçamento de cerca de 800 mil euros, uma parte significativa, mais de 550 mil euros, são gastos em despesas de pessoal, o que deixa uma margem curta para imprevistos. E que eles aconteceram: “este ano foi um ano muito penoso” em termos de avarias de viaturas, que levaram a gastos de muitos milhares de euros, disse.
O que levou a que, no final do ano, houvesse “constrangimentos financeiros” e que a Junta optasse por cumprir os seus “compromissos com fornecedores, para não entrar em incumprimento” e pagar os subsídios de Natal no próximo mês.
O presidente da Junta de Armação fez ainda questão de frisar que, em relação ao subsídio de Natal dos funcionários, em dezembro a situação estará regularizada e que “a situação contributiva” da Junta de Freguesia perante “todas as entidades públicas está em dia, integralmente, não temos nada em atraso”, concluiu.