A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) organiza, no próximo sábado, dia 26 de novembro, pelas 15h30, uma concentração junto ao Hospital de Portimão.
A Comissão de Utentes do SNS reivindica melhores serviços e manifesta-se contra o encerramento dos serviços de atendimento da maternidade, obstetrícia e maternidade que se têm verificado nos últimos tempos.
“Os utentes sentem a falta de serviços no Hospital de Portimão! Os utentes sofrem da falta de médicos e enfermeiros, da falta de equipamento, de indisponibilidades diversas que só demonstra que há realmente um desinvestimento no SNS”, afirma a Comissão de Utentes.

Em comunicado, acrescenta: “Quando é necessária uma ação mais especializada, por exemplo uma ressonância magnética, os utentes são conduzidos para o serviço privado. Mas, o que o CHUA paga pela externalização desse serviço, daria para alargar a oferta com mais médicos e técnicos de diagnóstico no próprio hospital. Esse desinvestimento no SNS e nas suas estruturas são propositadamente alimentadoras do negócio da doença, ou seja de serviços privados. Este ano, no orçamento para a Saúde, 40% das verbas destinam-se aos privados, quer através dos serviços convencionados e externalizados como dos medicamentos.
Alem disso e segundo o Ministério das Finanças foram aprovados para serem realizados no SNS, em 2022, investimentos no montante de 589,3 milhões de euros, mas até julho de 2022 tinham sido executados apenas 68,5 milhões de euros (11,6%). E tem sido assim todos os anos. Talvez isso explique o porquê de, nos últimos 20 anos, enquanto os hospitais públicos reduziam 4000 camas no internamento hospitalar, os privados terem criado nesse mesmo período 3000 camas.
O negócio da saúde é prometedor, só para o Hospital privado das Gambelas foram transferidos, o ano passado, 5 milhões de euros dos dinheiros públicos, segundo o Sindicato Independente dos Médicos.”
Para a Comissão de Utentes do SNS, “o caso da maternidade, da pediatria, da ginecologia e da obstetrícia no Hospital de Portimão é revelador”, pois, quando este hospital foi construído, “na altura Hospital do Barlavento Algarvio, granjeava pela fama e prémios que recebeu por ser um Hospital amigo do bebés e pelas condições que tinha nestas valências. Hoje fecham-se as urgências de ginecologia e obstetrícia.”
“Há um retrocesso nos serviços de saúde prestados no Hospital de Portimão, hospital integrado no SNS. Os utentes não são a favor deste retrocesso, e lutarão para que tal não aconteça” . Assim a Comissão de Utentes apela a todos a participação na concentração junto ao Hospital de Portimão no próximo dia 26, pelas 15h30′. “Não ao encerramento da maternidade. Da obstetrícia.
Da pediatria!”


