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Reading: A propósito da Homenagem aos Corticeiros no dia 1 de Maio
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Terra Ruiva > Sociedade > História & Património > A propósito da Homenagem aos Corticeiros no dia 1 de Maio
História & PatrimónioSociedade

A propósito da Homenagem aos Corticeiros no dia 1 de Maio

Terra Ruiva
Última Atualização: 2017/Mai/Seg
Terra Ruiva
8 anos atrás
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A memória viva dos corticeiros de Silves
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1. Da merecida homenagem
Foi com inteira justiça e oportunidade que a Câmara Municipal de Silves resolveu homenagear, no passado dia 1 de Maio, os trabalhadores corticeiros com a inauguração de dois conjuntos escultóricos a eles dedicados. Oportuna, por ser homenagem consensual há muito reclamada, e nunca desta forma concretizada; também, por ser no dia 1 de Maio, o Dia Internacional do Trabalhador. Inteiramente justa, pois se houve classe profissional que elevou o nome da cidade e da região foram os trabalhadores das fábricas e fabricos de cortiça, bem como os empresários ligados a este sector. O desenvolvimento económico, urbanístico, cultural, e até desportivo que Silves conhece a partir da segunda metade do século XIX – e que se estende pela primeira metade do século XX – é, neste período, fundamentalmente baseado no crescimento industrial corticeiro.

A memória viva dos corticeiros de Silves

Em 1890, segundo o Inquérito Industrial então realizado, 40% dos trabalhadores nacionais deste sector laborava em Silves; duas das suas fábricas (Villarinho & Sobrinho e “Fábrica do Inglês”) estavam entre as maiores do país. Nasciam nesta altura as primeiras associações de classe, mutualistas e operárias, com preocupações educativas e culturais que proporcionaram a elevação dos níveis de instrução e alfabetização do operariado, o que alimentou o aparecimento de uma activa imprensa local.
O empresário corticeiro Gregório Mascarenhas construía em 1909, junto à sua fábrica, um teatro e apoiava uma banda musical composta por corticeiros. Também o desporto beneficiou. No primeiro clube de futebol, fundado em 1919 – o Silves Futebol Clube – participavam muitos jovens corticeiros, patrocinados pela burguesia industrial local. Urbanisticamente a cidade também cresceu em todas as direções, sendo hoje facilmente reconhecíveis as zonas de habitação operária (Ruas 1º de Maio, Afonso III, D. Paio Peres Correia) e outras de expansão urbana marcadamente burguesa (Ruas 5 de Outubro, Cândido dos Reis, Miguel Bombarda), onde os lucros da indústria permitiam maiores extravagâncias. Vilarinhos, Mascarenhas, Cantinhos, Violas ou Miras, entre muitos outros, eram nomes conhecidos de empresários fabris. À sombra desta indústria transformadora, uma importante instalação metalomecânica, fundada pelo operário catalão Andrés Lluis Bós, ganhou dimensão internacional no fabrico de máquinas corticeiras.

O operariado animou a cidade até meados dos anos 40 do séc. XX, em número de habitantes e em agitação política. Os trabalhadores corticeiros, primeiro esperançados mas depois desiludidos com a 1ª República, serão durante o Estado Novo ferozmente reprimidos nas suas lutas e reivindicações. Maior exemplo disso foi a greve geral de 18 de Janeiro de 1934 que em Silves teve importante expressão, após a qual alguns corticeiros inauguraram o “campo da morte lenta” do Tarrafal, em Cabo Verde (o primeiro nome do seu livro de registos é o de um corticeiro silvense: Abatino da Luz Rocha).

Outros, como José Rodrigues Vitoriano, passaram largos anos nas prisões da PIDE, o que não impediu, neste caso, que este corticeiro viesse a ser vice-presidente da Assembleia da República após o 25 de Abril. São muitas as estórias e momentos de luta que esta classe profissional protagonizou durante a ditadura, sedenta que estava de melhores condições de trabalho e maiores liberdades civis.
O fim da 2ª Guerra Mundial marca também o início da crise desta indústria na cidade. As fábricas fecham ou deslocalizam-se para a margem sul do Tejo, e atrás delas migram muitas famílias de corticeiros, cujos descendentes ainda hoje por ali encontramos. Nos finais do séc. XX, duas ou três unidades industriais ainda laboravam; hoje, resta a fábrica da Amorim Isolamentos, nos arredores de Silves.
Pela cidade, as tristes ruínas das velhas fábricas e pequenos fabricos familiares lembram-nos ainda esse passado recente que os nossos pais e avós viveram.
Porém, e para memória futura, ficará agora algo mais digno, mais bonito e intencional, que recorda e presta homenagem perene a esta nossa história e identidade silvenses.

2. Do autor e da obra artística
Carlos de Oliveira Correia, residente em Castro Marim, é o autor dos conjuntos escultóricos instalados junto à Cruz de Portugal e na rotunda próxima. Engenheiro de formação, é agora escultor por vocação. Trabalha sobretudo com metal, retratando com particular originalidade figuras animais e humanas, situações e atividades profissionais tradicionais. Mas não só. É dele, por exemplo, a recém-instalada réplica do hidroavião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral em S. Brás de Alportel, ou o “Cavaleiro da Ordem” em Castro Marim.
As obras que realizou para Silves dividem-se por dois conjuntos. Num, no relvado mais próximo da Cruz de Portugal, dois muares conduzidos por um homem aproximam-se da cidade. Trazem, da serra algarvia até às fábricas, a matéria-prima que os montados produziam: a cortiça.
Noutro conjunto, agora na rotunda próxima, duas mulheres e um homem concentram-se no seu especializado trabalho. As mulheres, escolhedoras, separam conforme a sua qualidade – por diferentes recipientes – as rolhas entretanto já torneadas pelos rolheiros na oficina. Foram as escolhedoras as primeiras mulheres operárias no ambiente industrial corticeiro silvense, sendo sempre as preferidas nesta tarefa que requeria experiência e olhar atento. Muitas vezes, era no ambiente doméstico que o trabalho se realizava ou concluía.
Ainda na rotunda, uma outra e última figura: um homem, dobrado, procede à raspagem das costas (parte externa) de uma prancha de cortiça para lhe retirar as irregularidades, imperfeições e as partes mais soltas desta “casca” do tronco do sobreiro. De raspadeira em punho, horas a fio ao ar livre, fizesse sol ou chuva, o raspador é um bom exemplo da exigência e dureza desta profissão que é a do corticeiro.

Silves já não é a capital corticeira do país. Portugal, no entanto, é ainda líder mundial na produção e transformação deste produto natural que é a cortiça.
Honremos pois esta memória e este estatuto que são nossos, acarinhando e conservando este novo monumento, entre outros monumentos da cidade.

Silves, Maio de 2017
Manuel Castelo Ramos

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TAGGED:corticeirosHomenagemManuel Castelo RamosSilves
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