Ao utilizar este site, concorda com a nossa politica de privacidadePolitica de Privacidade e Termos e Condições.
Accept
Terra RuivaTerra RuivaTerra Ruiva
  • Concelho
  • Sociedade
    • Ambiente & Ciência
    • Cultura
    • Educação
    • Entrevista
    • História & Património
    • Lazer
    • Política
  • Opinião
  • Vida
  • Economia & Emprego
  • Algarve
  • Desporto
  • Autores
    • António Eugénio
    • António Guerreiro
    • Aurélio Cabrita
    • Clara Nunes
    • Débora Ganda
    • Eugénio Guerreiro
    • Fabrice Martins
    • Francisco Martins
    • Frederico Mestre
    • Helena Pinto
    • Inês Jóia
    • José Quaresma
    • José Vargas
    • Maria Luísa Anselmo
    • Maria José Encarnação
    • Miguel Braz
    • Paula Bravo
    • Paulo Penisga
    • Patricia Ricardo
    • Ricardo Camacho
    • Rocha de Sousa
    • Rogélio Gomes
    • Sara Lima
    • Susana Amador
    • Teodomiro Neto
    • Tiago Brás
    • Vera Gonçalves
  • Página Aberta
  • AUTÁRQUICAS 2025
    • AUTÁRQUICAS 2021
  • Edições
Reading: D. Inaicinha, uma vida dedicada a fazer o bem
Partilhe
Font ResizerAa
Terra RuivaTerra Ruiva
Font ResizerAa
  • Home
  • Demos
  • Categories
  • Bookmarks
  • More Foxiz
    • Sitemap
Follow US
  • Advertise
© 2022 Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Terra Ruiva > Vida > Pessoas > D. Inaicinha, uma vida dedicada a fazer o bem
Pessoas

D. Inaicinha, uma vida dedicada a fazer o bem

Paula Bravo
Última Atualização: 2016/Nov/Qui
Paula Bravo
9 anos atrás
Partilhe
Inácia Ramos
PARTILHE

Inácia Ramos festejou no dia 14 de outubro, o seu 100º aniversário. A sua festa juntou dezenas de pessoas, familiares, afilhados e amigos e várias individualidades, desde o bispo do Algarve ao presidente da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra.
Um conjunto diversificado de pessoas que se explica pela singularidade da mulher homenageada.
Uma mulher que, como a própria diz, sempre gostou de ajudar e que na vida seguiu sempre em frente, levada por aquela “qualquer coisa”, como “ uma força” que move as pessoas a quem a vida inquieta.

Inácia Ramos
Inácia Ramos

 

 

É na tarde de segunda-feira, já recomposta das emoções da festa de sexta-feira, que a D. Inácia Ramos me recebe na sua casa. É muito fácil encontrar a casa, é junto ao cruzamento para a Arrancada, e tem à porta um pendão, fora a explicação dada por João Palma, presidente da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, que me telefonara a dar conta deste aniversário. Uma familiar, que também me ligara, acrescentou um pormenor importante às indicações da casa “é uma porta que está sempre aberta”.
À hora marcada, a D. Inaicinha, como todos a tratam, esperava-me no seu cadeirão, junto à janela, na sala onde agora passa grande parte do dia. Um pouco mais tarde virão as amigas que diariamente lhe fazem companhia e por ali se entretêm a conversar. E se alguma não vier, não descansará a D. Inaicinha enquanto não souber que está tudo bem com a faltosa, dirá mais adiante.

Mas a conversa começa com um aviso à entrevistadora. Tem que falar alto, que já “vejo pouco e oiço menos”…
Nada que impeça uma conversa fluída e sem falhas de memória durante mais de uma hora…

 

 

Nascida há 100 anos nas Fontes da Matosa, Inácia Ramos diz que “desde muito pequenina tinha vontade de ser alguém”. O avô “homem muito recto” não deixava que ninguém se aproximasse das netas, “era ver um rapaz ao fundo da rua e tínhamos que ir para casa”.

 

 

À vida limitada somava-se a desilusão de não poder continuar os estudos além da 4ª classe, como tanto desejava. Mas só o irmão é que teve autorização para estudar, “ia numa burrinha para Silves”.

Ainda assim, tinha uma vida protegida porque, apesar de ter nascido no campo, “nunca soube o que era trabalhar no campo, só aos 15 anos é que vi ceifar o trigo”.
Mas o destino pregou-lhe uma partida. O homem por quem se apaixona, Manuel Vieira, ( também conhecido como Antonino), “era do campo, tinha propriedades” e ela não lhe resistiu. “Fui atrás da boniteza”, confessa, “mas nunca me arrependi”, diz emocionada.
Nesta sua nova vida de casada, fez tudo o que havia por fazer no campo, “apanhar amêndoas e alfarrobas, almeijar os figos… só não ceifei”.
Na Arrancada, na casa onde hoje ainda vive, o seu pai instalou uma mercearia que o casal ficou, mais tarde, a explorar.
É aqui que começa a desenvolver uma vertente da sua ação social. Num tempo de grande pobreza para a maioria das pessoas, “fiquei com a mercearia e nunca neguei um pão a ninguém”. “Quando sabia que as pessoas estavam mal, mandava arroz, massa, pão, ainda ia pedir aos meus umas roupinhas que pudessem dar…”
“Uns ficaram devendo, outros pagaram, mas eu nunca recusei nada…”, diz.
Famílias inteiras da vizinhança e mais tarde pessoas das ex-colónias que ficaram instalados num aldeamento próximo, todos conheceram a sua bondade e dedicação. Mas também a sua força. Era frequente ser chamada para intervir em bebedeiras, discussões e conflitos familiares.
Conta que num caso de uns trabalhadores moçambicanos que ali residiram algum tempo, era muitas vezes chamada a intervir, quando eles bebiam demais. Um deles corria a chamá-la e quando Inaicinha chegava ao local onde eles viviam “estavam escondidos debaixo da cama, com vergonha…E diziam, senhora desculpa… depois de partirem ainda me escreveram muitas vezes…”
Perdeu a conta a quantos ajudou com os produtos da sua mercearia, sempre com o apoio do marido, que nunca se opunha a estas ações da mulher. Ainda hoje conta com “uns 24 ou 25 afilhados”, muitos dos quais em sinal de reconhecimento pela ajuda prestada.

A “médica” do povo

Uma outra faceta muito importante da vida desta mulher, foi a sua ação enquanto aquilo a que podemos chamar de “médica do povo”.
Sempre levada por aquela determinação de “fazer bem aos outros” e “fazer alguma coisa” com a sua vida, empenhou-se em fazer um Curso de Primeiros Socorros, ficando aprovada “ com 15 valores”, como sublinha. Era um tempo difícil, tempo de guerra “ o marido não queria, mas eu era muita amiga de socorrer as pessoas doentes, ia visitá-las, ajudá-las, dava injeções, tirava a febre, fazia tudo o que era preciso… “
Num tempo em que a assistência médica era tão escassa como os recursos de muitas pessoas, a toda a parte chegava a ajuda da D. Inaicinha, “montava-me no jumento, chegava a fazer duas ou três léguas, sem cobrar um tostão. Vinham os médicos novos, lá ia eu com eles, mostrar onde era, levar às pessoas, ajudava a fazer tudo, havia um acidente e lá estava eu…”
E de onde lhe vinha essa coragem, de uma mulher que diz não ser capaz de matar uma galinha? “A minha coragem não é para fazer morrer, mas para dar vida”.
Um sentimento que a amparou sempre em frente. Só deixou esta atividade quando as forças já não o permitiram.
“Eu tinha coragem para as coisas e tinha vontade de fazer”- resume. A par desta ação benemérita, organizava excursões, promovia festas… e mantinha “a porta sempre aberta” … e o telefone à disposição de quem precisava…
Hoje, aos 100 anos, recorda o que fez com sentido de humildade, que “não gosto de pessoas vaidosas”, e considera que “ainda hoje, se pudesse era o que fazia”. “Deus deu-me coragem para enfrentar dias bons e dias maus, mas eu tinha de lutar por melhores dias. A gente quando nasce já vem com o destino marcado, mas para além disso temos que fazer pela vida, o destino é muitas vezes aquilo que a gente faz”.

A Inácia Ramos, o seu destino desde cedo lhe pareceu muito claro: “eu vim para ajudar”.

E será suficiente esse sentido de missão na vida para se chegar até aos 100 anos? A D. Inaicinha tem mais duas sugestões: “gostar de viver e ter amigos”.

Vicentina disponibiliza Guia Prático da Acessibilidade
Faro entre os distritos onde os filhos mais agridem os pais
Programa “ANDA Conhecer Portugal”, para jovens até aos 30 anos, com viagens e estadias gratuitas
GNR assinala Dia Mundial de Combate ao Bullying
Telma Costa, de Silves, e Natália Gonçalves, de Messines vencem o concurso Missão D’ Chef
TAGGED:AlcantarilhaArrancadaInácia Ramos
Partilhe este artigo
Facebook Email Print
PorPaula Bravo
Natural de S. Bartolomeu de Messines, nascida em 1963. Licenciada em Comunicação Social. Desde 1986, trabalhou em vários órgãos de comunicação nacionais e regionais. Dirigente associativa. Fundadora e diretora do Terra Ruiva desde abril de 2000.
Artigo Anterior 2.ª edição do evento Natal Solidário Algarve Chefs Week
Próximo Artigo Horóscopo Semanal, por Maria Helena martins
Sem comentários

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Últimas

Rua cortada ao trânsito em Pêra
Concelho
Corte de água no Cerro de São Miguel, em Silves
Concelho
Tomada de posse da Câmara e Assembleia Municipal de Silves
Autárquicas 2025 Política Sociedade
Silves entre os concelhos do Algarve com rendas mais caras
Economia Economia & Emprego
Cancro do Pâncreas: Uma Batalha Contra o Silêncio
Saúde & Bem Estar Vida

– Publicidade –

Jornal Local do Concelho de Silves.

Links Úteis

  • Notícias
  • Estatuto Editorial
  • Ficha Técnica

Publicidade

  • Publicidade & Assinaturas
  • Conteúdo Patrocinado

Info Legal

  • Contactos e Info Legal
  • Termos e Condições
  • Politica de Privacidade

Siga-nos nas Redes Sociais

© Copyright 2025, Todos os Direitos Reservados - Terra Ruiva - Created by Pixart
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?