PSD Algarve: Plano Nacional Ferroviário encolhe a Norte, pouco a Sul e adia obras vitais

O PSD Algarve tomou conhecimento da iniciativa do Governo no que respeita ao Plano Ferroviário Nacional,  proposto para vigorar até 2050, e considera que o mesmo “encolhe o país a Norte, pouco a Sul e adia obras vitais”.

Em comunicado afirma: “O PSD Algarve entende que o exercício de planeamento é importante, mas alerta, porém, para os atrasos e insuficiências em todos os dossiers ferroviários relativos à região e que são o dia a dia dos cidadãos: eletrificação de troços – os quais já deviam estar concluídos de acordo com os calendários em vigor; aquisição de material circulante, não apenas para por cobro a uma das mais altas taxa de supressões a nível nacional, como também para prestar serviço com maior conforto e dignidade; tempos de deslocação muito elevados e pouco competitivos, por exemplo a ligação entre Vila Real de Santo António e Lagos que ascende a perto de três horas, o que afasta muitos potenciais utentes e enfraquece o papel da ferrovia na região; atraso na preparação do processo da ligação ao aeroporto de Faro -designadamente com o estudo de impacto ambiental – essencial para injetar na rede milhões de passageiros e ser alternativa ao modo rodoviário; e a incapacidade de obter um acordo com Espanha, no sentido de garantir a ligação do Algarve à Andaluzia, Faro – Huelva – Sevilha, que é o troço que falta para completar o eixo ferroviário mediterrânico – o qual atravessa vários países até à Hungria e está ausente dos acordos entre o Governo português e espanhol. Esta é a realidade que os algarvios vivem e que conduzem a que muitas vezes a ferrovia não seja solução para as suas vidas. Fazer planos a 30 anos quando há questões críticas é demasiado longo.”

O PSD Algarve participará no processo de discussão pública que será aberto, como também, através dos seus deputados, no debate posterior na Assembleia da República. “Não obstante, ainda assim, entende como positivo a previsão da extensão da Linha do Algarve até Vila do Bispo e a possibilidade de rever o traçado da Linha do Algarve de modo a avançar com um modelo tipo metro de superfície regional, o qual valorizaria a ferrovia como solução para deslocações pendulares intrarregionais. Como negativo, assinala-se a redução de tempo estimado na ligação a Lisboa, já que é a menor redução em termos relativos para os pontos mais populosos do país2.

Segundo Cristóvão Norte, presidente do PSD Algarve, “ Com a proposta apresentada, na ferrovia, Portugal encolhe muito a Norte e pouco a Sul, pelo que a distância Lisboa- Viana do Castelo, perto de 380 km, far-se-á, segundo o plano apresentado pelo Governo, em menos 30 minutos do que o percurso Lisboa – Faro, cerca de 280 km. É esta gritante desigualdade que deve ser revista, de modo a que a ferrovia possa servir os algarvios em circunstâncias semelhantes, ainda por cima quando é proposto eliminar os voos continentais internos, pelo que as ligações ferroviárias a Lisboa e Porto ganham especial importância. O Algarve não pode esperar mais 30 anos.”

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