A pandemia, obras de reabilitação e trabalhos de reconversão de alguns espaços levaram ao encerramento da Casa Museu João de Deus (CMJD) durante dois anos. A reabertura ao público aconteceu no dia 7 de novembro, poucos dias volvidos do 25º aniversário desta Casa, inaugurada a 25 de outubro de 1997.
A nova entrada para a Casa Museu João de Deus é a novidade que mais surpreende, entre as várias anunciadas na reabertura ao público.
A nova sinalética convida o visitante a contornar o edifício, na direção da Rua do Arco, atravessar o agradável pátio, onde um banco convida a fazer uma pausa, antes de entrar para conhecer o espaço museológico ligado à figura mais emblemática de São Bartolomeu de Messines, o poeta e pedagogo João de Deus, nascido em 1830 e que foi também uma das figuras mais populares do seu tempo, tendo merecido a honra de ser sepultado no Panteão Nacional.
Esta é a zona onde uma exposição permanente revela uma casa do interior algarvio, com a sala de estar, quarto e cozinha, numa reconstituição do ambiente da vivência de João de Deus que aqui viveu com a sua família, neste edifício, frente à Igreja Matriz de Messines.
Com a nova entrada, ficou também mais acessível o espaço de exposição permanente situado no primeiro andar deste edifício oitocentista reabilitado pela Câmara Municipal de Silves. As letras da Cartilha Maternal, essa importantíssima obra escrita por João de Deus com o propósito de combater o analfabetismo dominante na sua época, orientam e acompanham o visitante no percurso a seguir. E é precisamente a Cartilha Maternal, nas suas várias edições, o que mais se destaca nesta exposição.
No primeiro andar, existem ainda dois espaços abertos à utilização da população, a biblioteca e o espaço de coworking que pode ser usado para quem quiser ali trabalhar, com acesso a wi-fi melhorado, e de forma gratuita.
Sairá o visitante pela zona onde funcionava a receção, também esta de “cara lavada”, com nova decoração e pintura, e ainda com uma loja onde se encontram diversas publicações municipais e peças de merchandising alusivas a João de Deus.
Segundo a Câmara Municipal de Silves, durante o período de encerramento, foram “realizados diversos trabalhos de reabilitação e beneficiação do edifício” que incluem o embelezamento dos espaços exteriores (pátios) e a remodelação e modernização ao nível da sinalética dos espaços expositivos, das condições de acesso wi-fi, das zonas de trabalho e de iluminação das zonas expositivas.
Não menos importantes foram os trabalhos realizados para operacionalizar “procedimentos de tratamento, preservação e salvaguarda do acervo documental e museográfico da casa” que permitirão à CMJD apresentar “novos espaços reorganizados e novos serviços, nomeadamente com a disponibilização, em suporte digital, de diversas obras existentes no seu acervo documental.”
Destaca-se ainda a criação de uma zona exclusiva de reserva dedicada ao espólio fotográfico de Augusto Pires Martins, que durante largas dezenas de anos fotografou Messines e os messinenses. Esta funcionará de uma forma semelhante a uma fototeca disponibilizando o seu espólio a quem pretenda recuperar memórias locais e/ou os seus álbuns de família. Aqui existem milhares de negativos de fotografia com reportagens de casamentos, batizados e festividades registadas por Augusto Pires Martins entre 1950 e 2001.
A Casa Museu João de Deus está aberta, durante o inverno, aos dias de semana, das 9h às 13h, e das 14h às 17h. De verão, está aberta das 10h às 13h e das 14h às 18h. Encerra aos sábados, domingos e feriados. A entrada é gratuita.