A(s) nova(s) Rota(s) da Laranja de Silves

No saldo positivo que resulta da 2ª Mostra de Silves Capital da Laranja, que decorreu de 16 a 18 de fevereiro, constata-se de que é possível inovar com a(s) nova(s) Rota(s) da Laranja.
Milhares de pessoas encheram a Fissul, durante os dias da Mostra, marcada por espetáculos de grande afluência, como de Raquel Tavares e Amor Electro; gastronomia, com a confeção da maior torta de laranja; Festival de Barmen e a adesão de dezenas de produtores, artesãos e várias entidades.

Há cerca de três anos, o Terra Ruiva fez uma capa com o título “ Laranjas de Silves, as melhores do Mundo”. Era simples a linha de raciocínio para se chegar a esse resultado: as laranjas de Silves são as melhores do Algarve; as laranjas do Algarve são as melhores de Portugal; as laranjas de Portugal são as melhores do Mundo. Logo: as laranjas de Silves são as melhores do Mundo.
Esta ideia serviu também de base ao início do vídeo promocional divulgado na Sessão de Abertura da 2ª Mostra de Silves Capital da Laranja, produzido pela Câmara Municipal e realizado pelo silvense João Ribeiro.
A primeira intervenção da Mostra foi da presidente de autarquia de Silves, Rosa Palma, que realçou a importância da produção de citrinos no Concelho de Silves e a sua qualidade “desafiando” todos a “provar e a constatar” e, “se a nossa laranja for a melhor, divulguem e contagiem os outros”, disse.
Rosa Palma abordou ainda a criação da Rota da Laranja, um “outro desafio” lançado com o propósito de promover e divulgar todo o território do Concelho de Silves, da Serra ao Mar. Um projeto que estará concluído ainda este ano e que irá mostrar que “estamos vivos e que temos um sector primário muito forte que é necessário divulgar”.

Francisco Serra, Fernando Severino, Rosa Palma, Desidério Silva, Vítor Neto

A promoção do mundo rural “que está na ordem do dia” esteve presente na intervenção do diretor Regional da Agricultura, Fernando Severino que realçou o facto dos citrinos serem a principal cultura no Algarve, ocupando 17 mil hectares, e produzindo um volume de negócios no valor de 70 a 80 milhões de euros anuais.
Já Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, referiu-se às “dezenas de visitas” que nos últimos cinco anos tem feito ao Concelho, para apoiar iniciativas que promovam um “Algarve no seu todo e não só o Algarve litoral”.
A necessidade de “reforçar a arquitetura e a coordenação” do Algarve foi também abordada por Francisco Serra, presidente da CCDR Algarve. Este responsável destacou o facto da balança de importações ser negativa para o Algarve, o que é agravado pelo turismo, sendo necessário analisar até que ponto os produtos alimentares importados “podem ser substituídos pela produção local”. Disse ainda que apesar do Algarve apresentar “bons resultados a nível do PIB”, tem “um atraso significativo relativamente ao esforço de inovação e de conhecimento”, o que levou à recente criação do Conselho de Inovação Regional do Algarve, para combater o referido “atraso” que coloca o “Algarve muito longe da média do País, quanto mais da média europeia”.

Fissul, na 2ª Mostra da Laranja (Foto CMS)

Dar um novo impulso ao Algarve
A seguir à apresentação da Rota da Laranja, tomou a palavra o presidente do NERA, Vítor Neto, para tecer algumas considerações sobre o projeto apresentado.
O empresário messinense começou por falar da sua ligação pessoal ao produto laranja, lembrando o seu bisavô, que produzia laranjas em Vale Parra, há 120 anos. As quais seguiam depois para Lisboa, pelo caminho de ferro, uma novidade à época. E lembrou as barcaças que via no Rio Arade, em Silves, carregadas de figos e amêndoas, que seguiam até ao Porto de Portimão, antes da viagem para países longínquos.
Sobre a Rota da Laranja disse ser importante apoiar a Câmara Municipal de Silves no desenvolvimento deste projeto “porque o Algarve necessita que este projeto vá para a frente”, já que “temos de voltar a valorizar o peso da agricultura no peso da riqueza da região”. A agricultura, acrescentou “é uma riqueza esquecida” e “este projeto é um novo produto turístico” e como tal tem de ser entendido e valorizado. Vítor Neto lembrou que o turismo no Algarve gera uma verba de cerca de 7 mil milhões de euros, o que é cerca de metade do total nacional, mas que o “turismo sozinho não pode sobreviver”, “tem que ter produtos à sua volta”. Produtos, disse, que façam os turistas voltar, que criem experiências e memórias, como “ aquelas laranjas que comi em Silves!!…”
Desafiou também os algarvios a não olharem para os turistas como aqueles que “temos que os aguentar” mas para verem neles pessoas “que entre 200 países do mundo escolheram vir, visitar e gastar dinheiro na nossa terra”.

A Rota da Laranja

A promoção do território do Concelho de Silves usando a laranja – um dos seus produtos de excelência – é o principal objetivo da criação da Rota da Laranja.
Este é um projeto que está ser elaborado pela Câmara Municipal de Silves e cujas linhas base foram apresentadas na abertura da 2ª Mostra de Silves Capital da Laranja, por Joana Silveira, técnica do Sector de Turismo da autarquia.
“Diversificar a oferta turística”, “atenuar sazonalidades”, promover a laranja e o desenvolvimento local são os objetivos deste projeto que abarca todo o concelho, integrando todas as freguesias, e que propõe atividades durante todo o ano.
Ao visitante é apresentada a Rota da Laranja que inclui um percurso que abarca todas as etapas da produção da laranja, desde o pomar até ao seu embalamento. Nos caminhos propostos o visitante encontrará oferta gastronómica, cultural, paisagística, alojamento, itinerários temáticos… é todo um Concelho que se descobre e se revela… criando também “novas oportunidades de negócio”.
A marca Silves Capital da Laranja estará presente ao longo de toda a Rota conferindo o símbolo de qualidade.
A Rota da Laranja está aberta à integração de produtores, comerciantes, artesãos e outros que se enquadrem no projeto, pelo que os interessados devem contactar a Câmara Municipal de Silves (Sector de Turismo).

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