O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem abertas Consultas Públicas para planos de gestão que abrangem várias freguesias do concelho de Silves, nomeadamente Silves, São Bartolomeu de Messines, São Marcos da Serra e União de Freguesias de Algoz e Tunes.
Estes planos destinam-se a ser executados em áreas que integram a rede Natura 2000, uma rede ecológica de âmbito europeu, que visa ser um instrumento para a conservação da biodiversidade.
Os referidos planos pretendem assegurar o cumprimento dos objetivos da rede Natura 2020 e estabelecer medidas de conservação favoráveis aos habitats e às espécies de fauna e flora protegidos com presença significativa.
Os processos de consulta pública estão abertos à participação dos cidadãos e entidades, até ao dia 2 de maio. Toda a documentação pode ser consultada no portal www.participa.pt
Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC) Barrocal
A ZEC Barrocal abrange uma área total de 20.844,82 ha e localiza-se nos concelhos de Loulé, São Brás de Alportel, Albufeira e Silves (freguesias de São Bartolomeu de Messines e União de Freguesias de Algoz e Tunes).
O sítio Barrocal foi incluído na Lista Nacional de Sítios e reconhecido como Sítio de Importância Comunitária, classificado como Zona Especial de Conservação e integra-se no território proposto para o Geoparque Algarvensis (Loulé- Silves-Albufeira) aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO.
No que respeita à flora, a riqueza florística desta ZEC é notável, com mais de 715 plantas vasculares já registadas, num elenco que inclui endemismos algarvios e lusitânicos e diversas plantas raras a nível regional ou nacional.
Na ZEC Barrocal existe uma grande riqueza e diversidade de espécies de invertebrados, existindo uma vasta lista de espécies já registadas.
O grau de conservação na ZEC é considerado médio a reduzido. O conjunto de valores alvo é afetado por pressões, das quais se destaca a conversão em área agrícola, quer seja pela reativação de pomares de sequeiro abandonados (a ZEC insere-se na principal região de produção de alfarroba a nível nacional), quer pela criação de pomares de regadio. Outra pressão relevante está relacionada com a expansão de edificações e com a possibilidade de implementação de novos empreendimentos turísticos. As atividades de lazer constituem uma pressão com potencial para aumentar, dada a crescente procura por atividades desportivas ou recreativas em ambiente rural e natural.


Foi avaliado como em perigo na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal continental. Esta subpopulação encontra-se isolada das restantes conhecidas e o habitat é desfavorável à sua ocorrência. O grau de conservação na ZEC é considerado médio a reduzido e a tendência populacional é de decréscimo.
Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC) Arade/Odelouca
A ZEC Arade/Odelouca ocupa uma área com 2 106.8 hectares, localizada no Algarve e distribuída pelos concelhos de Lagoa, Monchique, Portimão e Silves (freguesias de São Bartolomeu de Messines e Silves).
Na ZEC Arade/Odelouca ocorrem oito tipos de habitat protegidos da Diretiva habitats, com presença significativa na ZEC.

Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC) e Zona de Proteção Especial (ZPE) Monchique
O território da ZEC/ZPE Monchique ocupa uma área com 76 138,4 hectares, localizada nos concelhos de Odemira, Ourique, Aljezur, Monchique, Lagos, Portimão e Silves (freguesias de São Marcos da Serra, São Bartolomeu de Messines e Silves).
A riqueza florística desta ZEC é notável, com cerca de 700 plantas vasculares já registadas, num elenco que inclui vários endemismos regionais, plantas de distribuição restrita em Portugal e plantas que ocorrem de modo isolado no sul do país.
Relativamente às espécies da fauna (que não aves) está assinalada uma grande riqueza e diversidade de espécies de invertebrados.
Na ictiofauna destaca-se a ocorrência de duas espécies do anexo II da Diretiva Habitats, o verdemã e a boga-do-sudoeste. Há ainda a assinalar a ocorrência de espécies ameaçadas de extinção: o escalo-do-arade e o escalo-do-mira, ambos criticamente em perigo e a enguia-europeia, em perigo.
Neste território assinala-se uma grande diversidade de espécies de répteis e anfíbios com interesse para a conservação: o cágado-mediterrânico e o lagarto-de-água.
Relativamente à avifauna, destaca-se a ocorrência de diversas espécies nidificantes no território, incluindo o bufo-real , a águia-de-bonelli, a águia-cobreira, a cotovia-escura e a cotovia-arbórea e diversos passeriformes migradores de matos e bosques.
Identificam-se treze habitats, três plantas vasculares, nove espécies de fauna e cinco espécies de aves, bem como um grupo alargado de espécies de aves que partilham requisitos ecológicos e necessidades de gestão.
Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC) e Zona de Proteção Especial (ZPE) Caldeirão
A ZEC/ZPE Caldeirão ocupa uma área com 47 192,99 hectares, distribuída pelos concelhos de Almodôvar, Loulé, São Brás de Alportel, Tavira e Silves (freguesias de São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra).
No que respeita à flora, estão registadas cerca de 590 plantas vasculares, num elenco que inclui várias plantas de distribuição restrita em Portugal.
Identificam-se 25 valores alvo, lista esta que inclui seis habitats, uma planta vascular e doze espécies de fauna e cinco espécies de aves.


