Admitir que estamos mais longe

Falta uns dias para decidirmos nas urnas o rumo que queremos para o nosso concelho nos próximos 4 anos. Para aqueles que não votam por afinidade ou simpatia ideológica, mas sim pela análise fatual do trabalho realizado ao longo dos anos por parte dos executivos, é tempo de reflexão e decisões. Eu sou um desses segundos casos, que felizmente penso que seja a maioria das pessoas. Primeiro, porque factores ideológicos significam muito pouco em política regional, e segundo porque é muito mais justo premiarmos o bom trabalho e criarmos um sistema político meritório.

Falando nas eleições concretamente, a verdade é que eu estou mais longe de poder voltar a Silves e Silves está mais longe de ganhar maior significância política e económica.
Sejamos diretos, em termos de investimento e emprego foi feito muito pouco. Os jovens continuam alienados de conseguir viver no concelho que gostam, sendo que se verifica um grande êxodo destes para outros lugares do país ou mesmo para o estrangeiro. Claramente não existe um plano delineado para atrair empresas que possam dar trabalho qualificado às pessoas.

Até poderíamos desculpar a estagnação dos números caso fossem feitos investimentos a longo prazo, num grande plano conjuntural por parte da Câmara, com vista para o futuro, mas isso não aconteceu. Continuamos a sobreviver grandemente graças ao sector público e a grandes superfícies comerciais (muitas com trabalho precário), sendo que o turismo traz algum oxigénio naqueles meses do ano. Acima de tudo factos, e não há nada nesta área que possa realçar. Adicionalmente, não foram construídos apoios ou infraestruturas que ajudem empresários e empreendedores na criação de emprego próprio. Neste sector da inovação continuamos quase a zero. Isto também considerando o clima hostil perante iniciativas da sociedade civil que ajudam a dinamizar o concelho, algo que aconteceu, por exemplo, em Armação de Pêra.

Outro facto muito preocupante, e que deveria ser decisivo para as pessoas na altura da votação, é que não existem grandes projetos elaborados de raiz por parte deste executivo. Reparem, até se analisarmos a freguesia que recebeu mais investimento por parte da Câmara, S.B. Messines, o maior projeto, que é a nova (tão necessária) paragem de autocarros, transitou do executivo anterior. Este é um padrão que foi contínuo ao longo de 4 anos, houve pouca iniciativa própria, apenas execução de planos anteriores. Até a tão publicitada marca da laranja de Silves foi um projeto anterior, sendo que o trabalho que a atual Câmara teve foram tecnicidades, como elaborar o logo. Hoje ainda me pergunto: E agora? Para que serve esta marca? Existe alguma ideia de como isto pode ajudar os produtores e aumentar a visibilidade da excelência da nossa laranja? Não existe continuidade do trabalho.

O Plano Director Municipal (PDM), o documento mais importante para o desenvolvimento de uma região, objeto de discussão há muito tempo, continua por ser revisto e reformado. Sendo que o PDM era uma das promessas deste executivo, podemos considerar um enorme falhanço.

Infelizmente, e digo isto com pesar, a Câmara Municipal de Silves esteve em autopiloto durante estes anos, executando tarefas e trabalhos normais de gestão diária de um concelho.

Foram pouco proativos, dinâmicos, e nota-se uma clara incapacidade de negociação e de consensos. Sendo que a situação financeira da Câmara não é a melhor há já muitos anos, não podemos continuar ao sabor do vento. Há que encontrar alternativas credíveis para conseguir estar mais perto.

 

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3 Comentários

  1. Sim é um facto que estamos mais longe!
    Se estamos mais longe é evidente que durante 16 anos em que esteve o PSD no executivo do município fez com que isso acontecesse, deixando a câmara de rastos, só lembro aqui um dos muitos casos (caso viga douro) que se reflectiu no actual mandato.
    Deixo algumas questões: Será que se estivesse outro executivo na câmara teria captado os tais investimentos e aprovado o dito PDM? tenho as minhas dúvidas, como milhares de munícipes deste concelho.

  2. Gostei da sua declaração politica, alias ao menos alguém fez obra, porque houve quem fizesse só cartazes e nunca fez obr, esqueceu de falar nas dividas que foram pagas e mesmo assim se fez obra, só se esqueceu de referir que um dos candidatos foi condenado a pagar 600 e tal mil euros a dividir com a sua mandataria!!!! isso não é relevante, dava para fazer umas obras sabia disso??? sabia que não havia camiões do lixo nem carros para trabalhar quando entraram?? sabia que não haviam fardas para os funcionários nem material para trabalhar? sabia disso tudo ou ainda não publicava em jornais? não critique apoie

  3. Veio com a escola toda depois de umas férias em Armação com o pessoal da Polis/JSD e depois de uma semana intensa da Universidade de Verão do Passos Coelho! Que ridículo! Nem para ele é bom!

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