O título é de uma canção de Sérgio Godinho, editada em 1974. Alinhada na chamada música de intervenção, a trazer para as canções as reivindicações (e sonhos) que o 25 de abril permitia que andassem na ordem do dia. Nos dias em que escrevo, março de 2023, penso que não seria muito descabido se, daqui a poucos dias, a comemorar abril, essa canção se ouvisse de novo nas ruas. A paz, o pão, habitação, saúde, educação Só há liberdade a sério quando houver Liberdade de mudar e decidir Quando pertencer ao povo o que o povo produzir E quando pertencer …
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Os pormenores fazem a diferença
Nos últimos anos temos combatido afincadamente a ideia do Algarve ser “sol e praia”. O que reduzia a região a uma insignificância que não a representa. Afortunadamente, para municípios como Silves, as potencialidades dos territórios interiores, as atividades ligadas à natureza, gastronomia ou património, têm ganho não só visibilidade como também um crescente número de adeptos. Vendo de uma certa perspetiva, o turismo democratizou-se. Há opções para todos os gostos e (quase) todas as carteiras e a oferta continua em expansão. Neste sentido, também a concorrência, o que obriga a mais profissionalismo no sector e uma linha orientadora definida, quer …
Ler Mais »Sem perdão
Num destes dias friorentos, o país, este onde uma enorme fatia da população não tem capacidade económica para aquecer a sua habitação, desviaram-se as atenções para o grande acontecimento do verão, a Jornada Mundial da Juventude e a vinda do Papa a Portugal. E para os custos da organização – que deixaram literalmente em estado de choque a maioria dos portugueses. Vendo o país alertado para a situação, iniciou-se a operação de cosmética lançando para o ar uns números do que se supõe ser o retorno económico gerado pela jornada. E a promessa do aproveitamento posterior de algumas estruturas que …
Ler Mais »Cidadãos da capital… e os outros não
Houve um tempo, não muito recuado, em que se ouvia dizer, com frequência, que o país se resumia a Lisboa e o “resto é paisagem”. Progressivamente esse sentimento foi ficando para trás. Não totalmente extinto mas já não tão gritante. O “resto” do país, pouco a pouco, começava a alinhar-se no rumo do progresso, com a construção de infraestruturas básicas, com o acesso mais facilitado à saúde, educação, cultura e lazer. É preciso combater as desigualdades territoriais, dizia-se. O que também significava combater as desigualdades sociais geradas por aquelas outras. Mais recentemente, estas questões voltaram a ser discutidas na praça …
Ler Mais »Ameaçados pelo deserto
O concelho de Silves está ameaçado pelo deserto. Não falo da seca. Falo do deserto de notícias. Mais de metade dos concelhos em Portugal está, ou corre o risco de se vir a tornar, um “deserto” de notícias locais. Dos 308 concelhos existentes em Portugal, há 78 em “deserto total”, 24 em “semi- deserto” e 88 “sob ameaça”. Feitas as contas: 6,3% da população vive em algum tipo de deserto de notícias; enquanto 13,4% vive no “deserto total ou em comunidades em risco de se tornarem desertos”. É mais de um milhão e quatrocentas pessoas. Estes são dados do estudo …
Ler Mais »O dinheiro do Costa
Alguns talvez me olhassem com rancor, outros ficariam ressentidos, com certeza. Mas é o que me tem apetecido fazer, interpelar quem, do alto do seu conforto, acha por bem ridicularizar o “dinheiro do Costa”… Ai, o Costa deu-me 125 euros, diz-se na rua e nas redes sociais, mesmo antes de se soltarem as gargalhadas, o escárnio e com frequência a maledicência… Não vou elogiar a medida do Governo, porque o que defendo é salários dignos que não necessitem de ajudas, apoios, solidariedades e muito menos caridades. Mas as coisas são como são e enquanto não as conseguirmos mudar temos que …
Ler Mais »Esqueçamos o verbo gastar
A Internet não nos deixa mentir. Em dezenas de declarações, governantes e responsáveis políticos, desde o mais altíssimo nível ao regional, surgem a alertar para a necessidade de gastar bem o dinheiro da bazuca. GASTAR. Gastar melhor. Comparativamente à forma como gastamos anteriormente. E gastar rápido que o dinheiro é muito, a bazuca é grande e a nossa burocracia costuma ser exímia em deixar passar prazos, coisa que lá por fora não perdoam. É embalados nesta música agradável que entramos no Outono… a região algarvia começa a acalmar, há suspiros coletivos de alívio porque foi um verão muito bom, o …
Ler Mais »Tertúlia em Messines debate “A importância da imprensa regional”
A importância da imprensa regional é o tema da Tertúlia à Sexta que a Sociedade de Instrução e Recreio Messinense promove, no dia 30 de setembro, pelas 21 horas. Para este encontro de setembro, que acontece regularmente na Sociedade, na última sexta-feira do mês, foi convidada a jornalista Paula Bravo, diretora do Terra Ruiva. Natural de São Bartolomeu de Messines, nascida em 1963. Licenciada em Comunicação Social. Desde 1986, tem trabalhado em vários órgãos de comunicação nacionais e regionais, nomeadamente Expresso, O diário, Observador, Algarve Baton, Avezinha, Jornal do Algarve. Desde abril de 2000 é diretora do Terra Ruiva – …
Ler Mais »A rentrée e o fim de abundância
O mês de setembro é associado à rentrée, no sentido de reabertura e recomeço, depois do agosto que associamos a férias. É também um tempo em que há uma espécie de acalmia… é quando os ritmos das rotinas voltam a estar alinhados, em que tudo volta “ao normal” … Nos últimos anos, no entanto, esta normalidade foi drasticamente quebrada pela pandemia e sem que saibamos o que aí vem, no próximo inverno, podemos desde já antecipar que não serão tempos fáceis para a grande maioria da população. Os sinais de uma grave crise económica, que ameaça seriamente a nossa estabilidade …
Ler Mais »“O direito à preguiça”
Quando deveria estar a terminar a edição de julho, tive de enfrentar a doença por Covid-19. Por uns dias, debati-me com os sinais de uma gripe forte e uma tremenda vontade de não fazer nada, além de estar deitada. Há uns anos atrás, estar doente significava ausência no local de trabalho e inatividade profissional. Hoje, com o teletrabalho vulgarizado em muitos sectores e com as ferramentas de trabalho dentro da habitação, o direito ao descanso em caso de doença perdeu-se para muitas pessoas. Assim se passou comigo, a aproveitar os minutos de maior capacidade para ir mantendo ativo o site …
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