Neste últimos dois meses, em que me ausentei desta escrita, senti que percorria os fios duma trama ou rede fina, podendo a qualquer momento desequilibrar-me e esvaziar-me de lucidez. A sincronização de acontecimentos nada relacionáveis engendraram uma enorme fadiga e um indispensável apego à objetividade para percorrer essa trama sem mergulhar na demência. Os meus pais ficaram em simultâneo a necessitar de permanente atenção, tolhidos de autonomia: as laranjas apodreceram no pequeno quintal de minha mãe, a única laranjeira ali plantada lastimou a sua ausência momentânea e a inexistência dos carinhos de quem sempre viveu a ruralidade; os jogos de …
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