Alergia breve. É sempre a mesma coisa. Todos os anos, Primavera alta e Verão baixo, lá vem ela. Breve, gostaria que fosse. Este ano, parece o romance quase homónimo de Virgílio Ferreira, Alegria Breve. Nunca mais acaba. 275 páginas. Ou dias. A alergia breve começa pelo pingo doce. Presumo. Ainda não o provei. Um após outro, o pingo vai empapando lenços de papel, a devastar hectares de eucaliptal. Seca a terra. Seca o rechonchudo que me abriga. A seguir, vem o espirro tonitruante. Uma ventania saída da alma. Revolve a atmosfera. Infinitas gotículas suspendem-se da nuvem gigantesca. Diz quem sabe …
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