Ela é uma acompanhante de luxo. Ele tem-na contratada há mais de dez anos, Ela é fina. Não é universitária. Nem operária. Apenas operadora. Supostamente, de telecomunicações. Comunicações ao longe, portanto. E nunca está por perto. Ele, cada vez que precisa dos seus bons ofícios, ela não atende. Põe-no em espera. Espera interminável. De imediato, a Luisinha começa a entoar-lhe a melopeia “as saudades que eu já tinha / da minha alegre casinha, / tão modesta quanto eu”. A Luisinha repete o trecho. E repete. E nunca mais se cala. Ele desespera. É claro que tem saudades da Luisinha. Ele …
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