Quem está hoje na Síria, nas zonas queimadas, entre ruínas onde moram os últimos orfãos, pode eventualmente achar carros a bater terreno e obter boleia, chegando ao norte do Iraque na outra madrugada. Há zonas que se enchem de figuras com roupas aparentemente regulares, abivacando em grande algazarra. Faiscando. Mas nada é fácil, mesmo que transitoriamente, e estes fantasmas acabam por ser forçados a limpar lamas sangrentas, restos de corpos, lixo de comidas inclassificadas, talvez como patéticas simulações da pintura de Miodrag Djuric, sobretudo em “Grande plage bleue”. Os sulcos da morte são constantes, perante a corrida dos guerreiros selvagens, …
Ler Mais »Rocha de Sousa
A Interioridade Seca
Dia 3 de Setembro, Silves deveria ter saudado a história de si mesma — não tanto na severidade curta das distinções desportivas, sem escrutínio plural capaz de dar a ver a qualidade das referências formadoras de cada quadro civilizacional. Este exiguidade recorrente parece duplicar o lado massificante da globalização na vida comunitária. Em certo sentido, já quase ninguém sabe se Deus existe e de que morte padece o homem, crente do excesso e do nada, cada vez mais espelho de si mesmo. As modernas tecnologias têm sobretudo imprimido velocidade a tudo em volta, atravessando os olhares e cegando as multidões …
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