O livro “1924 Silves – As Vozes da Resistência”, do nosso colaborador António Guerreiro, foi apresentado na FNAC Guia, no dia 5 de abril.
A apresentação foi feita por Luísa Conduto, vice-presidente da Câmara Municipal de Silves.
Algumas dezenas de pessoas estiveram presentes para ouvir falar dos acontecimentos que deram o mote a esta obra. Numa conversa que se desenrolou entre o autor, a apresentadora da obra e o público, destacou-se o valor da solidariedade, bem presente na sociedade silvense na época dos acontecimentos relatados no livro. Um livro, que, como foi dito, também nos oferece um retrato da cidade de Silves em 1924, cidade claramente dividida e separada pelas condições sociais e financeiras de cada um.
António Guerreiro sublinhou o facto deste livro não pretender ser uma tese académica, nem um livro convencional sobre história, mas nem tão pouco ser um romance, pois que tudo o que escreveu está suportado por documentos e várias fontes históricas.
O livro de António Guerreiro fala dos acontecimentos ocorridos em Silves na sequência de uma greve dos operários corticeiros, ao mesmo tempo que nos oferece um retrato da cidade à época.
Esta obra foi editada com o apoio da Câmara Municipal de Silves, no âmbito das comemorações do 50º aniversário do 25 de abril.
«No ano de 1924, os operários corticeiros de Silves acompanharam uma prolongada greve nacional que decorreu entre 1 de maio e 10 de junho. Esta greve agravou a miséria dos trabalhadores e das suas famílias. Para continuarem a sua luta, as suas crianças rumaram a Portimão, Faro e Olhão, recebidas pela solidariedade de outros obreiros algarvios.
No dia 22 de junho, a população operária silvense deslocou-se à Estação de Caminhos de Ferro da cidade para receber os seus filhos, em manifesta alegria. A imposição de proibição de manifestação de operários, hasteando as suas bandeiras sindicais, negras e vermelhas, desencadeou um tiroteio por parte da guarda republicana, tendo resultado num operário morto e em homens, mulheres e crianças feridas.»