Centenário da poetisa Maria Antonieta Júdice Barbosa Assinalado em São Bartolomeu de Messines

O encerramento das comemorações do centenário do nascimento da poetisa Maria Antonieta Júdice Barbosa (1924-2024)  aconteceu no dia 25 de janeiro, na Casa-Museu João de Deus, em São Bartolomeu de Messines.

Com a presença de alguns familiares na poetisa, foi feita a apresentação do livro “Maria Antonieta Júdice Barbosa – 100 Anos, Património e Memória”.

O livro, editado pela Câmara Municipal de Silves, destaca “o importante contributo literário de uma mulher cuja liberdade criativa em tempo redutos soube expressar de forma singular o seu mundo de emoções, de pensamentos vividos com fértil imaginação poética sobre o que lhe inquietou e aguçou o espírito, umas vezes pragmático e outras tantas sonhador”.

A apresentação contou com a presença da presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma, e dos autores, João Vasco Reys e Esmeralda Lopes Alves.

 

João Vasco Reys, autor do primeiro estudo biográfico sobre a poetisa, publicado em 1999, também pela Câmara Municipal, sob o título “Maria Antonieta Júdice Barbosa – A Voz e o Sonho… e outros escritos” desenvolveu nesta ocasião a mesma temática, falando sobre alguns aspetos da vida da poetisa que nasceu “por acidente” em São Bartolomeu de Messines (durante uma curta estadia de seus pais nesta vila). Mas, deixando no ar a questão: será que se nasce “por acidente” em determinado lugar?

Sobre a obra da homenageada disse que a mesma se encontrava reunida em “14 cadernos de poesia”, dos quais só um (caderno nº 12) chegou aos nossos dias. E quanto a livros, o único publicado, “A Voz e o Sonho”, teve uma edição póstuma, devido à morte prematura da poetisa, durante o parto do segundo filho. No entanto, há ainda um vasto espólio, com recortes de publicações e inéditos, que a família ofereceu à Câmara Municipal de Silves.

João Vasco Reys destacou ainda que, embora atualmente seja uma desconhecida, recordada apenas em São Bartolomeu de Messines, Maria Antonieta Júdice Barbosa foi a autora de uma vasta obra poética, dispersa em muitas publicações nacionais e também no Brasil e Angola e que se correspondia com poetas e poetisas do seu tempo, entre elas Natália Correia, de quem era amiga.

A morte da poetisa messinense foi notícia em muitos meios de comunicação nacionais e em Beja, onde residiu durante muitos anos, e em São Bartolomeu de Messines, houve homenagens em sua memória. A casa onde nasceu, em Messines, ostenta uma placa recordando esse facto. Adquirida recentemente pela Câmara Municipal de Silves, está projetada para um futuro espaço cultural.  “Messines nunca esquece os seus”, disse, a propósito, João Vasco Reys.

A segunda parte da apresentação foi feita pela professora Esmeralda Lopes Alves que fez uma abordagem literária à poesia de Maria Antonieta Júdice Barbosa, referindo uma “linguagem muito próxima da realidade”, na qual se “ouve o eco de outros poetas” como Bernardino Ribeiro, João de Deus ou Teixeira de Pascoaes e “uma sensibilidade próxima de Florbela Espanca”.

A homenagem contou ainda com um momento de poesia pelo Grupo de Teatro Penedo Grande e por alunos da Escola Secundária de Silves e um momento musical pelo jovem acordeonista messinense Miguel Coelho. Dois momentos que levaram a emoção da poesia e da música ao público presente.

 

 

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