No passado mês de agosto, no decorrer de uma visita ao Algarve, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou vários investimentos para a região.
Uma das intervenções diz respeito ao aproveitamento do volume morto da Barragem de Odelouca, em Silves, uma obra já anunciada em setembro do ano passado, mas que tem agora luz verde para avançar.
Trata-se de um investimento no valor de 4,9 milhões de euros, financiado pelo Fundo Ambiental e a ser executado pela Águas do Algarve, que é considerado “crucial para garantir a segurança hídrica da região Sul do País, particularmente em períodos de seca”.
Está previsto que esta intervenção esteja concluída até ao final do ano, permitindo depois um volume de captação de 15 hectómetros cúbicos, numa região onde o consumo urbano de água é de cerca de 75 hectómetros cúbicos por ano.
A intervenção consiste no rebaixamento do nível mínimo de exploração da Barragem de Odelouca, cujo volume morto estava sobredimensionado.
A Águas do Algarve considerou que esse nível tem possibilidade de ser mais baixo, permitindo um volume de captação sem colocar em causa a qualidade da água.
Ainda no que se refere ao combate à seca, o Ministério do Ambiente e Energia anunciou que o Algarve vai passar a contar com mais 50 piezómetros, para monitorizar os aquíferos. Este é um “avanço significativo que permitirá uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos na região e que obteve agora a aprovação do Tribunal de Contas”. Este investimento de 1,8 milhões de euros, financiado a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), contribuirá para uma maior eficiência e sustentabilidade da água subterrânea.
A empreitada de instalação dos piezómetros, com um prazo de execução de 6 meses, será executada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
“Este investimento é mais uma demonstração do nosso compromisso em combater a seca e garantir a segurança hídrica do país. O Plano de Eficiência Hídrica do Algarve é um exemplo de como podemos conciliar o desenvolvimento económico com a proteção do ambiente”, assegura a ministra Maria da Graça Carvalho, que lembra o quanto “a escassez hídrica é uma realidade cada vez mais presente no Algarve”.
Foram também anunciados investimentos de 16,7 milhões de euros para o Litoral Algarvio, nomeadamente para intervenções nas praias de Quarteira-Garrão e na Praia do Vau, visando mitigar a erosão costeira e aumentar a resiliência do litoral face às alterações climáticas.
A operação prevista para o troço Quarteira – Garrão, com um investimento total aprovado de 14.3 milhões de euros, consiste na alimentação artificial deste troço, numa extensão de 6.6 quilómetros, combinando a reposição de areias com a proteção das arribas, por forma a garantir a estabilidade do litoral. Já a intervenção no troço costeiro entre a Praia do Vau e os Três Castelos, na extensão de 1,5 quilómetros, com um valor previsto de 2,4 milhões de euros, pretende aproveitar o excesso de areia acumulada, ao longo das últimas décadas, na Praia da Rocha, para compensar a erosão verificada nas praias vizinhas.