Não é nova. Mas, na realidade é uma escola completamente diferente, aquela que foi inaugurada no dia 10 de setembro de 2024, em Alcantarilha. Tendo sido considerada a escola mais degradada do concelho de Silves, é hoje um amplo e colorido edifício, com um espaço exterior preparado para atividades desportivas e lúdicas.
Na inauguração da Escola Básica de Alcantarilha estiveram presentes algumas dezenas de pessoas, entre autarcas, representantes de entidades regionais e locais e da comunidade escolar, bem como encarregados de educação e frequentadores da nova escola.
A cerimónia de inauguração foi antecedida por um momento musical com a já habitual presença de músicos silvenses, do Quarteto XelbinSax, da Sociedade Filarmónica Silvense. A seguir houve o descerramento da placa e algumas intervenções.
A primeira intervenção foi a do diretor do Agrupamento de Escolas Silves Sul, Carlos Silva, que afirmou que esta renovação era “transformar um sonho numa realidade”, concretizada após uma árdua luta, mas, no final, gratificante, pois que “quem trabalha nas escolas todos os dias quer as melhores condições” para os alunos. E terminou dizendo: ”eu hoje estou muito feliz!”
Usou da palavra a seguir, a delegada Regional de Educação do Algarve, Carla Fernandes, que frisou as alterações a que o projeto inicial foi sujeito, pois que apenas contemplava a remodelação e não a criação de novas salas de aulas, como veio a acontecer, para “dar resposta ao que tem vindo a acontecer no Algarve, o crescente aumento do número de alunos”. Deixou também um “agradecimento” à autarquia pelo empenho e esforço empreendidos para concretizar esta obra e à CCDR, “parceiro importante”.
Falou depois o vice-presidente da CCDR Algarve, José Pacheco, que afirmou que esta escola era uma das mais antigas e mais degradadas do Concelho de Silves, existindo, no Algarve, outras nas mesmas condições. Uma situação que se tem vindo a inverter, graças ao esforço das autarquias e com o apoio dos fundos comunitários, “e temos hoje um dos melhores parques escolares do país”, disse.
No entanto, José Pacheco acrescentou que ainda há muito a fazer, em vários domínios, pelo que será importante rentabilizar os fundos europeus, o que tem sido “difícil” às autarquias conseguirem. O vice-presidente da CCDR Algarve referiu-se concretamente ao facto dos concursos lançados pelas autarquias ficarem frequentemente desertos, sem candidatos, mesmo quando os valores das empreitadas são reforçados e significativos.
“Esta obra em particular para mim, enquanto cidadão, é de especial importância. As escolas básicas é onde os nossos pequenos vão iniciar a sua vida de sociedade, para isso é preciso ter bons equipamentos” sublinhou José Pacheco e, nesse sentido, realçou “o bonito parque exterior” que permite que as crianças possam fazer algo fundamental como brincar.
A parte protocolar foi encerrada com a intervenção da presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, que voltou ao tempo em que era vereadora não permanente na autarquia de Silves e, que, enquanto professora, “dava formação e corria todas as escolas do Algarve”, constatando que “esta estava efetivamente a precisar de obras de requalificação”. Lembrou também as reivindicações, feitas na época, pelos pais e encarregados de educação, que lutavam pela beneficiação do espaço exterior.
Neste contexto, Rosa Palma referiu-se ainda ao ano em que tomou posse como presidente da Câmara de Silves, (final de 2013), e verificou que “esta escola estava para ser recuperada e havia um projeto com financiamento, ainda no Programa Operacional Regional do Algarve – PO Algarve 2007-2013”. Mas essa obra “acabou por não ser uma prioridade para o executivo da Câmara Municipal, que estava em funções na altura” e não foi concretizada.
Uma situação que o executivo de Rosa Palma tentou inverter e que se revelou muito difícil, pois, ao fechar o referido quadro comunitário, terminaram os financiamentos para reconstrução e construção de escolas.
No entanto, disse a presidente, “com muita persistência” e com “a ajuda” da CCDR Algarve, foi possível avançar com a obra, visando a requalificação e ampliação da escola, numa “janela de oportunidade” que surgiu quando outros investimentos, que eram considerados prioritários no quadro comunitário seguinte (2014-2020), não avançaram.
Para Rosa Palma, esta foi uma “batalha dura”, pelo que também agradeceu aos vereadores permanentes, a sua “equipa”, o apoio prestado, e garantiu que a “educação é um pilar fundamental do trabalho deste executivo, procurando soluções que vão ao encontro das ambições da população, mas também para o crescimento das pessoas que estamos a formar”.
Após esta intervenção, seguiu-se a visita às novas instalações e ao amplo espaço exterior, com campo de jogos e equipamentos.
As obras de remodelação e ampliação da Escola Básica 1 de Alcantarilha representam um investimento de 1,5 milhões de euros, tendo uma parte (1 milhão) sido suportada pela Câmara Municipal de Silves e o restante por fundos europeus.
Todo o edifício foi requalificado, incluindo as infraestruturas, saneamento, eletricidade, águas pluviais, telecomunicações, iluminação. A “nova” EB 1 de Alcantarilha tem duas novas salas de aulas, biblioteca, sala multiusos, laboratório, um novo refeitório, cozinha, sanitários e novo mobiliário em todas as zonas.