Campanha para a prevenção de afogamentos de crianças e jovens

A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), há mais de 20 anos que leva a cabo a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens, e em conjunto com a Guarda Nacional Republicana (GNR), lançou ontem, dia 8 de julho, e pelo terceiro ano consecutivo, a Campanha de Prevenção de Afogamentos, alertando para a forma de ocorrência deste acidente: A morte por afogamento é rápida e silenciosa!

O objetivo é sensibilizar as famílias para a importância das regras de segurança a respeitar junto da água, nomeadamente, nas praias, rios, barragens, piscinas ou tanques e dar-lhes a informação certa para que possam proteger as suas crianças e alertar para a ínfima quantidade de água que é suficiente para que o afogamento de uma criança ocorra.

No último triénio de que havia números apurados (2017-2019), a média de mortes por ano era de 7,3.

Assustadoramente, essa média mais que duplicou no triénio 2020-2022: 15 mortes por ano. Foram 45 crianças que, neste período, perderam a vida num acidente perfeitamente evitável, na maioria das vezes.

A APSI e a GNR em conjunto pretendem sensibilizar e evitar que haja mais vítimas. Não se pode manter o silêncio,  quando o número de mortes aumenta significativamente e quando as chamadas para o 112 e reencaminhadas para o INEM (por afogamento e acidente de mergulho) acompanham esta tendência devastadora.

Para o efeito, a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens de 2024, com a chancela de qualidade da Havas Portugal, alerta para a diminuta quantidade de água que é suficiente para que o afogamento de uma criança aconteça, bem como chama a atenção da sociedade para este problema de saúde pública.

Em complemento, e pelo 3.º ano consecutivo, os militares da GNR estarão no terreno, empenhados na sensibilização das famílias (residentes ou visitantes) para as medidas de prevenção a serem adotadas,  por forma a evitar os acidentes por afogamento, com crianças e jovens.

A APSI procedeu à atualização dos casos de Afogamentos de Crianças e Jovens em Portugal, podendo esse relatório ser consultado aqui.

As principais conclusões do relatório são:

De uma maneira geral, o número de mortes e internamentos em crianças e jovens na sequência de um afogamento tem diminuído nas últimas décadas – de 28 para 19 no caso das mortes e de 49 para 11 no caso dos internamentos (anos 2002 e 2022 respetivamente).

No entanto, em 2020, 2021 e 2022, o número de mortes por afogamento foi mais elevado do que nos anos anteriores (14,12 e 19 respetivamente, quando 7,3 foi a média do triénio antecessor). Este facto, associado ao maior número de casos de afogamentos fatais e não fatais registados na imprensa nos últimos 4 anos, parece indiciar, ao contrário do que vinha acontecendo, uma tendência de aumento no número de mortes por afogamento.

O aumento da mortalidade por afogamento nos países europeus já foi salientado pelo ILSEurope2 sendo a pandemia apontada como a razão para tal. De notar que também nos casos reencaminhados pelo 112 para o CODU/INEM, que incluem os acidentes de mergulho, se verificou um aumento em 2020, 2021, 2022 e 2023.

Nos últimos 12 anos analisados, em média, por ano, 10 crianças morreram na sequência de um afogamento e 21 foram internadas.

O maior número de mortes por afogamento ocorre na faixa etária dos 15 aos 19 anos e o maior número de internamentos na faixa etária dos 0 aos 4 anos. No geral, os afogamentos verificam-se mais até aos 4 anos de idade, fator corroborado pela análise dos estudos de caso relatados na imprensa e analisados pela APSI.

Nos últimos 3 anos, para os quais existem dados disponíveis, 45 crianças e jovens morreram por afogamento (14 em 2020, 12 em 2021 e 19 em 2022, de acordo com dados do INE): 16 crianças até aos 4 anos, 3 crianças entre os 5 e os 9 anos, 7 adolescentes entre os 10 e os 14 anos e 19 jovens entre os 15 e os 19 anos.

Em termos de padrões de ocorrência dos afogamentos com crianças e jovens:

– é nos rapazes que se verifica o maior número;

– as piscinas são o local onde acontecem mais;

– nos últimos anos tem havido poucos casos em poços e tanques e aumentado os casos em planos de água naturais (ex.: rio, praia);

– a maior parte dos afogamentos em piscinas foi com crianças dos 0 aos 4 anos;

– nos rios/ribeiras/lagoas aconteceram mais no grupo dos 10 aos 14 anos;

– nas praias verificaram-se mais no grupo dos 10 aos 14 anos;

– aconteceram mais em junho, julho e agosto.

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