Um grande incêndio rural nos concelhos de Silves e de Loulé foi o cenário fictício construído para o habitual exercício final do programa de aprontamento do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) no Algarve deste ano.
Este exercício teve lugar, nos dias 13 e 14 de maio, nos municípios de Silves e de Loulé, “em local com grande potencial de desenvolvimento, o qual envolveu mais de 400 participantes de 56 entidades intervenientes nas diferentes dimensões do Plano de Operações Regional, subsidiário da Diretiva Operacional Nacional n º 02 que institui o DECIR, testando, pela primeira vez e com esta abrangência, toda a linha de resposta, ininterruptamente, ao longo de 36 horas”
Como informa o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, “o exercício “DECIRALG´24” teve como principal objetivo exercitar a articulação operacional entre os níveis de atuação (Municipal e Regional), com destaque para a interação entre áreas municipais e o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, numa ocorrência de dimensão supramunicipal.
Foi jogado pelas diferentes forças e serviços do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), conjugando o treino das equipas de posto de comando operacional, no nível estratégico e o desenvolvimento prático das ações de supressão e proteção na dimensão do comando tático e da manobra, promovendo o aperfeiçoamento técnico das equipas de intervenção em áreas fulcrais, como é o caso da condução, utilização de ferramentas, manobras de grupo, empenhamento de máquinas de rasto, reconhecimento e avaliação da situação, comunicações de emergência, implementação de protocolos de segurança, entre outras.
As primeiras 12 horas foram jogadas na modalidade de Comunications Exercise (COMMEX), para testar procedimentos e o fluxo de informação e comunicações que resultam da elevação do Estado de Alerta Especial (EAE) e pelas 00:00 horas do dia 14 de maio, transitou para a modalidade de Command Post Exercise (CPX) e Exercício à Escala Real (LIVEX), cujo Posto de Comando Operacional funcionou na Escola Profissional de Alte, sob responsabilidade da Equipa de Posto Comando Operacional (EPCO) regional do Algarve, formatada para gerir operações complexas, já no contexto das alterações recentemente operadas no Sistema de Gestão de Operações (SGO).
Além das dinâmicas práticas, que aproximaram os meios e recursos aos desafios de um cenário desta natureza, foram simuladas situações de emergência no Teatro de Operações, entre as quais acidentes multivítimas, limitações técnicas nos veículos e a particularidade do combate e proteção na interface urbano/rural, tendo sido levados a cabo, em conjunto com o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) de Loulé, exercícios de evacuação na freguesia de Alte, no âmbito dos Programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” refletidos na Resolução do Conselho de Ministros n.º 157-A/2017, de 27 de outubro.
Paralelamente foram implementadas as áreas da Zona de Concentração e Reserva (ZCR), no seu expoente máximo, para sustentação logística das operações e uma Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP) em S. Marcos da Serra, no concelho de Silves, com capacidade para acolher mais de uma centena de pessoas deslocadas e respetivos animais de companhia.
Nove Equipas de Reconhecimento e Avaliação de Situação (ERAS) de nível regional e municipal, asseguraram um constante fluxo de informação entre o terreno e os centros de decisão, contribuindo para um processo de decisão operacional, mas assertivo e foi alimentada uma dinâmica de informação pública gerida por técnicos de comunicação dos Municípios;
No Post Exercise Discussion (PXD), realizado no final da tarde desta terça-feira no auditório da Escola Profissional de Alte, em que estiveram presentes os Presidentes de Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo e de Silves, Rosa Palma, o Comandante e 2.º Comandante Regional do Algarve, Vítor Vaz Pinto e Abel Gomes, respetivamente e o Comandante Sub-Regional do Algarve, Richard Marques, foi possível aferir os aspetos consolidados, validar procedimentos e identificar oportunidades de melhoria, com o contributo de todas as entidades participantes, designadamente: Todos os Corpos de Bombeiros e SMPC da Região, AFOCELCA, Associação de Caçadores, Autoridade Marítima Nacional, Cruz Vermelha Portuguesa, Forças Armadas, Guarda Nacional Republicana, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Instituto Nacional de Emergência Médica, Juntas de Freguesia, Polícia Judiciária, Segurança Social, Veterinários Municipais, entre outras entidades cooperantes integrados nas estruturas locais de proteção civil.”