Alcantarilha homenageou Manuel Caetano

Manuel Caetano

O salão da Casa do Povo de Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra  recebeu, no dia 20 de abril, uma  cerimónia de homenagem a Manuel Caetano.

À homenagem, organizada por iniciativa da Aldepa – Associação de Defesa do Património Natural e Cultural de Alcantarilha juntaram-se as várias associações em que o homenageado participou, como a Casa do Povo de Alcantarilha, a Sociedade Recreativa Alcantarilhense, a Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha, os Bombeiros Voluntários de Silves e ainda a Câmara Municipal de Silves e a União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra.

Diz-se, muitas vezes, que um homem sozinho não pode mudar o mundo. Mas, pode fazer muito pela sua comunidade, quando tem iniciativa e consegue agregar, junto a si, outras pessoas empenhadas.

Dos vários testemunhos que se ouviram no dia 20 de abril de 2024, no salão da Casa do Povo de Alcantarilha, Manuel Caetano é um grande exemplo de dedicação pela sua terra. Na verdade, não foi em Alcantarilha que nasceu, a 4 de março de 1934, mas sim no concelho de Santiago do Cacém. O pai dedicava-se ao negócio de aluguer de bicicletas e foi às bicicletas que se dedicou quando, por volta de 1956/57 decide vir para Alcantarilha. E foi pela sua atividade profissional que se tornou conhecido por “Manuel das bicicletas”.

Em Alcantarilha construiu a sua família, com Maria da Piedade Santos, tendo dois filhos e quatro netos. E foi também nesta localidade, que este “alcantarilhense de coração” se dedicou ao movimento associativo, a entidades e instituições, à cultura, à política, à música e ao desporto.

Manuel Caetano e mulher, Maria da Piedade

É longo o seu currículo: foi presidente da Sociedade de Recreativa Alcantarilhense, sendo o  sócio nº 1, e teve um papel determinante em muitas iniciativas, nomeadamente na aprovação dos Estatutos, em 1963.

Em 1970, tornou-se sócio da Casa do Povo de Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra. Aqui desenvolveu um intenso trabalho cultural, criando um grupo de teatro que fez “várias récitas por todo o Algarve” e que apresentava peças que o próprio escrevia, e criou as Noites de Fado que lançaram muitos jovens fadistas. Fez parte também do Grupo de Janeiras da Casa do Povo. Em 1998 fundou, com Carlos Estevão, o grupo musical “Al-Cantando” e fez parte do grupo Milho Verde e do Grupo de Cantares de Pêra, tocando vários instrumentos.

Fez ainda parte da equipa de futebol.

Dinamizou as marchas populares organizadas pela Sociedade de Alcantarilha e Casa do Povo, sendo o autor das letras das canções. Aliás, também escrevia e declamava poesia.

O seu gosto pela poesia e música expressou-o também enquanto voluntário na Santa Casa da Misericórdia de Alcantarilha, da qual também é sócio. Enquanto lhe foi possível, ia muitas vezes cantar e tocar para os utentes desta instituição.

Numa outra vertente, foi fundador da Secção de Alcantarilha dos Bombeiros Voluntários de Silves. Colocando um grande empenho na existência deste meio de socorro em Alcantarilha, o próprio Manuel Caetanho foi motorista regular, quer de ambulâncias, quer de pessoal para os fogos, chegando a fazer “3 ou 4 partos na ambulância”.

Como se esta lista de atividades não fosse suficiente, foi também fundador, em 1991, de uma associação de cicloturismo que juntou 1300 ciclistas no primeiro passeio que organizou.

Ainda assim, teve tempo para se dedicar ao trabalho político. A seguir ao 25 de abril, fez parte (1974-76) da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Alcantarilha, na qualidade de tesoureiro. Fez parte do executivo da Junta de Freguesia de Alcantarilha, militante e eleito pelo PS, como tesoureiro e secretário, cumprindo o último mandato nos anos de 1986-1989. Do seu percurso destaca a negociação, feita no mandato do presidente alcantarilhense José Sequeira, para que a Câmara Municipal de Silves adquirisse os terrenos onde foram depois construídos vários equipamentos, como a sede da junta, o mercado, as escolas, o quartel dos bombeiros. O que se concretizou num dos mandatos do presidente José Viola, da CDU. Este, que também esteve presente na homenagem, lembrou esses dias e o empenho de Manuel Caetano na construção do quartel “que foi construído por funcionários da Câmara”, num tempo em que também a população colaborava nas beneficiações que eram feitas, numa “união independente das opiniões políticas”.

O elogio a Manuel Caetano veio também da parte do atual vereador da Câmara Municipal de Silves, Tiago Raposo, que considerou que “quem foi tudo isto, foi também um bom homem”, e da presidente da Assembleia Municipal de Silves, Sofia Belchior, que lembrou a presença do homenageado em “praticamente todas as campanhas eleitorais do PS”. Ainda o presidente da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra, Roberto Cabrita, destacou o homem “sempre muito ativo” e “sempre pronto a fazer algo diferente”.

Não faltaram também intervenções por parte dos atuais responsáveis das associações em que Manuel Caetano esteve envolvido.

Uma lembrança oferecida por todas as associações

António Brito, em representação dos Bombeiros Voluntários de Silves; João Palma, pela Santa Casa de Misericórdia de Alcantariha; Sónia Baptista pela Casa do Povo de Alcantarilha; e Ricardo Machado, pela Sociedade Recreativa Alcantarilhense foram unânimes em fazer o elogio a Manuel Caetano, ao seu empenho e trabalho, em prol de toda a comunidade.

Quanto ao próprio, contou aos presentes que agora, com 93 anos, em termos de saúde, “ultimamente as coisas não têm corrido muito bem”, mas o suficiente para estar presente, com a sua companheira de toda a vida e um dos netos.

Quanto aos louvores que recebeu, recusou recebê-los por inteiro, dizendo: “os louvores não são só meus”, até porque “tudo o que fiz por Alcantarilha não fiz sozinho, tive muitos amigos ao meu lado a ajudar”.

Mas, merecidamente, teve uma homenagem, em vida, à qual se associaram todas as associações e instituições de Alcantarilha, como foi sublinhado por João Encarnação, da Aldepa, associação também bastante elogiada por ter tomado a iniciativa de promover esta ação.

A finalizar esta primeira parte da cerimónia, foi oferecida a Manuel Caetano uma prenda, em nome de todas as associações alcantarilhenses, entregue por Carlos Patrício, presidente da Aldepa, e também uma lembrança por parte da Câmara Municipal de Silves, entregue por Francisco Martins.

Salão cheio, para a homenagem a Manuel Caetano

Seguiu-se um momento musical que teve como convidada a fadista Maria da Saudade e ainda a participação de Manuel Neto dos Santos, José Manuel Santos e Mateus Pequeno.

 

 

 

 

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