No passado mês de outubro chegou ao projeto NEMA – Novas Espécies Marinhas no Algarve, o registo de um verme de fogo encontrado em Armação de Pêra no início do verão de 2023.
Este animal é uma espécie de minhoca com uma série de sedas (pêlos brancos) ao longo do corpo que injetam uma toxina que, em contacto com a pele das pessoas, causa urticária, uma forte sensação de queimadura e dor localizada que perdura vários dias. O seu nome científico é Hermodice Carunculata, sendo conhecido como verme de fogo.
É uma espécie que se alimenta dos pólipos dos corais e que existia nas ilhas da Madeira e Açores mas começou mais recentemente a ser avistada no Continente, o que levou o projeto NEMA, desenvolvido pela Universidade do Algarve, a pedir a quem o vir para o fotografar e enviar os dados para o site do projeto.
Desta vez foi Regina Cunha quem fez o registo que o NEMA agora divulgou.
Segundo o NEMA, a população de verme de fogo, uma espécie de origem subtropical, parece estar a aumentar no Algarve, o que já motivou uma campanha procurando alertar a população para o perigo de contacto direto com esta espécie ainda pouco conhecida.
Esta não é a única espécie marinha que o NEMA procura conhecer melhor, contando com a ajuda dos pescadores, clubes de mergulho (incluindo o Dive Spot, de Armação de Pêra) e cidadãos em geral. O projeto de ciência cidadã NEMA pretende monitorizar a presença de espécies marinhas denominadas não-índigenas, presentes no Algarve, as quais têm vindo a aumentar, como o caranguejo azul que tem surgido também em Armação de Pêra e até já foi encontrado na Ribeira de Alcantarilha.
Na lista dos “procurados” do NEMA encontram-se, além do verme de fogo, outras espécies invasoras como a corvinata real, garoupa pintada, peixe verde, caranguejo azul, pargo mulato, roncadeiras, rascasso da Madeira, camarão mantis, peixe cofre, cirurgião, riscado, veja e outras.
O que se solicita a quem encontrar estas espécies é que faça o registo fotográfico e o envie para o NEMA, através do seu site ou redes sociais.
