Regressados após um tempo de férias, para quem delas pôde usufruir, espero que estas tenham trazido mais calma, menos pressa. Partilho com os leitores uma pequena história, para refletirmos sobre a calma e a importância de escutar a voz interior.
“O professor insistiu repetidamente com seu discípulo sobre a calma.
– Deixe sua mente se acalmar, se acalmar, se acalmar. Silencie o grito de seus pensamentos.
– E o que mais? Perguntou impaciente o discípulo
– Por enquanto, apenas isso.
E a cada dia ele exortava o discípulo a se acalmar, superar toda agitação e encontrar um estado interior de quietude.
Um dia, o discípulo, cansado de receber sempre a mesma instrução, perguntou:
– Mas, por que você considera a calma tão importante?
– Venha comigo – pediu o professor.
O professor levou-o até um lago e, com uma vara, começou a mexer as suas águas. Então ele perguntou:
– Você pode ver o seu rosto na água?
– Como vou conseguir ver-me se a água estiver agitada? Não é possível assim- protestou o discípulo a pensar que o professor estava a gozar com dele.
– Da mesma forma, enquanto estiver agitado, não poderá ver a face do seu Eu interior. Na tranquilidade reconfortante da mente, quando o clamor dos pensamentos é silenciado, surge a voz do ser interior.”
Esta história permite-nos refletir o quão benéfico é manter a calma para poder pensar de forma mais consciente. Quão necessária é a calma para si?
Muitas vezes subestimamos a calma e a paz de espírito. O aceleramento em que vivemos tornou-se um novo padrão de comportamento, como se essa fosse a velocidade natural, mas o ser humano não foi feito para andar nessa velocidade excessiva.
Ela impede-nos de desfrutar da tranquilidade interior, reduz a clareza do nosso pensamento, o foco, a capacidade de observação e de tomar decisões mais acertadas.
Quando estamos sobrecarregados, nervosos, stressados, não podemos agir de forma plenamente consciente. Há muitas emoções envolvidas nessa ação e isso pode levar-nos a fazer coisas das quais nos podemos arrepender mais tarde, porque não conseguimos ter consciência de todos os ângulos da questão em causa, calçar os nossos sapatos, mas também calçar os sapatos do outro.
Medite, respire, escute o silêncio, para poder desfrutar dessa temperança interior que lhe permite tomar boas decisões. Aquietando a mente, poderá ouvir melhor a sua voz interior, a nossa alma. E ela tem sempre coisas interessantes a dizer.
Como diz a história… “se a água estiver agitada, não poderei ver meu reflexo nela”.
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