Está marcado para a próxima sexta-feira, dia 29 de julho, às 18h, frente à Câmara Municipal de Loulé, um protesto de agricultores e produtores de alfarroba que exigem medidas concretas para por fim ao roubo de alfarrobas, bem como de citrinos e abacates.
Este protesto, convocado pela cooperativa AGRUPA, a única associação de produtores de alfarroba e de amêndoa do Algarve, surge na mesma altura em que a GNR tem intensificado a sua ação para evitar os roubos.
Segundo dados revelados pelo Comando Territorial de Faro da GNR, o número de apreensões de alfarroba furtada no Algarve duplicou face ao ano passado, tendo sido apreendidas na região, desde janeiro, cerca de oito toneladas. Foram feitas 16 apreensões, o dobro face ao mesmo período.
As apreensões mais recentes acontecerem no concelho de Silves, em Tunes e Algoz.
O valor comercial da alfarroba, cuja arroba (15 quilos) varia entre os 40 e os 50 euros, quando há poucos anos não ultrapassava os 5 euros, faz com os roubos tenham disparado. Muitos têm sido feitos ainda com os frutos verdes, na árvore. Outro alvo são os armazéns onde as alfarrobas são guardadas até serem vendidas.
No protesto em Loulé, os produtores vão exigir ao Governo que regule a venda e compra da alfarroba e de outros frutos, o que poderá passar pela obrigação dos compradores de se registarem no Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. Só assim, defende a AGRUPA, será possível terminar com a “impunidade” de quem compra mais barato, por não exigir nenhuma documentação ao vendedor.
Esta proposta já foi apresentada ao Governo, no final de 2021, fazendo parte de um plano de ação elaborado pela AGRUPA, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, GNR, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Autoridade Tributária e Aduaneira e Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), visando garantir a defesa dos produtores de alfarroba, citrinos e abacates, os mais atingidos pelos roubos.