O Município de Silves foi um dos intervenientes no processo de Discussão Pública sobre a criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados (RNLS) que decorreu de 9 de dezembro a 20 de janeiro e que recebeu 832 participações.
No documento apresentado, o Município de Silves começa por afirmar que vê com “bons olhos” a criação da RNLS, considerando que esta iniciativa do ICNF, na sua essência “vai de encontro da necessidade de reconhecimento e valorização ambiental” deste território, o mesmo que o Município “vem defendendo – há pelo menos 8 anos”.
No entanto, para a autarquia de Silves há dois aspetos particularmente importantes para os quais chama a atenção e sugere alterações. Em primeiro lugar, a Câmara Municipal questiona a delimitação da RNLS, considerando que a mesma “se cola ao perímetro urbano de Armação de Pêra” e, “indo muito além da Ribeira de Alcantarilha peca por excesso, afirmando-se manifestamente desproporcionada”. E, acrescenta: “condiciona severamente, sem qualquer fundamento, a natural continuidade da malha urbana”, pelo que apresenta uma proposta alternativa de delimitação.
Por outro lado, a autarquia chama a atenção para a necessidade de articulação da RNLS com a existência de compromissos urbanísticos pré-existentes, nomeadamente o complexo residencial Bayline e o Parque Verde Urbano de Armação de Pêra, construído pela Câmara Municipal de Silves.
Ainda no que se refere a sugestões de alterações, a autarquia faz saber também que não concorda com a proposta do ICNF que pretende interditar todas as competições desportivas, por entender esta “interdição excessivamente abrangente e restritiva”.
No seu documento, o Município de Silves aborda também aquele que tem sido o assunto mais discutido pelos intervenientes neste processo, nomeadamente saber-se qual o futuro dos projetos urbanísticos previstos para a Praia Grande. Em causa está a continuidade dos trabalhos na chamada Unidade de Execução 1 que prevê a construção de três hotéis, dois aldeamentos turísticos, uma zona comercial e um campo de golfe com 18 buracos, totalizando 1847 camas. Para o Município “ a aprovação de uma área protegida de nível nacional não afeta de modo imediato os direitos de que um particular possa já ser titular” mas considera que “pode emergir a responsabilidade do Estado ao pagamento de uma indemnização”.
Por isso, lembra a existência de vários processos jurídicos que sobre esta matéria se encontram a decorrer e considera importante refletir “quanto ao modo como articular a reserva natural com o simultâneo desmantelamento efectivo da ocupação urbanística prevista no Plano de Pormenor da Praia Grande e a vigência atualizada do PDM de Silves”.
O Município de Silves questiona também “quanto ao modelo de gestão da Reserva” e à afetação de recursos financeiros e humanos que garantam uma gestão correta.
No final, a autarquia defende que “ a criação da RNLS em articulação com a proposta de classificação da Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário que incide sobre a Baía de Armação de Pêra, como Parque Natural Marinho do Recife do Algarve –Pedra do Valado poderá representar um feito histórico para Portugal”.
Adoro Armação de Pêra! Inclusive tenho aí casa.Já vamos para essa zona há cerca de 36 anos. Tem progredido bastante. Pessoalmente, acho que tem condições para ir mais além. Tem espaços para que possam continuar. Devem ter em atenção, as zonas verdes, tão mal aproveitadas em muitas zonas. O progresso acima de tudo! Contribui para mais empregos e mais turismo. Obrigada, continuem a fazer mais e melhor.Os meus cumprimentos.