Projeto “Alojamento Local para Aves” já começou a dar os primeiros voos

Ao longo dos próximos meses, serão instaladas e monitorizadas cerca de 2000 caixas-ninho para pequenas espécies de aves insectívoras, como os chapins e as poupas, e para espécies de rapina de pequena e média dimensão, como o mocho-galego, a coruja-das-torres e o peneireiro-vulgar.

Esta é a missão do projeto “Alojamento Local para Aves”, que venceu o Orçamento Participativo Nacional e que irá decorrer durante os próximos dois anos, em toda a região do Algarve. O projeto, de âmbito regional, foi proposto por Fábia Manuel Pinto Azevedo, dirigente e fundadora da Associação Vita Nativa, e venceu o OPP com um financiamento de 150 mil euros.
É um projeto “que já começou a ganhar asas no final do mês de julho e que resulta de uma colaboração entre a Associação Vita Nativa e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas”, informa a referida Associação que, com esta iniciativa, pretende “não só ajudar as populações de aves desta região, mas também demonstrar e incutir nos cidadãos e nos diferentes agentes que gerem o território algarvio os benefícios que as espécies-alvo do projeto poderão aportar à sociedade e ao seu bem-estar.”

Assim, serão instaladas as cerca de 2000 caixas-ninho para “ espécies que dependem, na sua maioria, de cavidades para construir os seus ninhos, sejam elas naturais ou de origem humana. Infelizmente, a disponibilidade de cavidades no Algarve tem diminuído, motivada tanto pela forte pressão urbanística, como pela alteração do uso dos solos e incêndios, que originam uma mudança drástica dos habitats.”

Caixa-ninho (Foto da Associação Vita Nativa)

A Associação Vita Nativa pretende também “fomentar o interesse e proporcionar um contacto mais direto da sociedade em relação às aves.” “A par disto- acrescenta – ao disponibilizarmos locais de reprodução extra estaremos também a promover a fixação de um maior número e diversidade de aves em contexto urbano e periurbano. As quais desempenham um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas, já que se sabe que as espécies-alvo deste projeto são excelentes amigas no controlo de pragas biológicas, como é o exemplo da lagarta-do-pinheiro e das espécies de roedores.”

Para o desenvolvimento deste projeto a Associação Vita Nativa irá tentar envolver o maior número de “agentes algarvios”, públicos ou privados. Decorrem agora os contactos com as 16 autarquias algarvias e igualmente com escolas, centros de ciência viva e empresas ligadas aos sectores da agricultura, da silvicultura e da hotelaria.

A instalação das caixas-ninho deverá começar no final do mês de outubro ou início do mês de novembro. Está igualmente prevista a instalação de dispositivos de captação de imagens em caixas-ninho ocupadas, para transmissão em direto das imagens obtidas através de uma plataforma online, a criar, de acesso público.

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