Entrou em funcionamento a Unidade de Secagem de Lamas de Messines

No dia 1 de setembro, entrou em funcionamento a Unidade de Secagem Solar e Transferências de São Bartolomeu de Messines, localizada no sítio do Escolar, a poucos quilómetros da Vila.
A abertura desta nova Unidade, designada anteriormente como  “Central de Lamas”, foi antecedida por uma apresentação e visita guiada promovidas pela empresa BioSmart, do Grupo NOV Ambiente & Energia, que construiu e irá explorar este equipamento.

Explicar o funcionamento e assegurar que todas as questões ambientais foram estudadas e estão salvaguardadas foi o objetivo principal desta visita que contou com a presença de administradores e outros quadros do Grupo NOV, da presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma e da presidente da Junta de Freguesia de Messines, Carla Benedito. Estiveram ainda presentes os vereadores Maxime Sousa Bispo, Luísa Luís, Fátima Matos e José Pedro Soares, bem como os membros da Assembleia Municipal, Sofia Belchior e Luís Guerreiro, vários elementos do executivo da Junta de Messines e o Terra Ruiva.

De entre as várias intervenções de responsáveis do Grupo NOV destacam-se algumas ideias principais. Entre elas a de que este é “um projeto muito importante” e “um investimento necessário na região” e que se encontra instalado “num sítio preparado para instalar uma unidade deste tipo”, como sublinhou Carlos Conceição. “Com uma tecnologia única em Portugal que permite manter as lamas em aerobiose (diminuindo o mau cheiro), a BioSmart investiu mais de 2 milhões de euros neste projeto sustentável também através da produção de energia fotovoltaica para autoconsumo, sendo um exemplo de economia circular. Tudo o que entra como resíduo sai como produto valorizado. A unidade de Messines tem capacidade para o tratamento de 25 mil toneladas/ano, à qual acresce a capacidade instalada de armazenamento de 50 mil toneladas/ano”, segundo os dados divulgados pela empresa.

Foi também abordada a ideia de que todos desejamos soluções para os problemas ambientais mas que, idealmente, estes sejam resolvidos “longe da nossa casa”, sendo que, perante essa impossibilidade, têm que ser encontrados “equilíbrios”, alguns dos quais “nem sempre são pacíficos”.

Assim como não foi pacífico o início deste projeto, que agora se concretiza na freguesia de São Bartolomeu de Messines, iniciado ainda em 2008. Na altura a Câmara Municipal de Silves aprovou a instalação de uma “estação de lamas”, segundo o projeto apresentado pela empresa Biosolum, perante a intensa e unânime desaprovação da Assembleia e Junta de Freguesia de Messines e sua população. As questões mais prementes que então se levantavam estiveram igualmente presentes nesta sessão. Dizem respeito, nomeadamente, à existência ou não de maus cheiros e às condições em que será feito o transporte para o sítio do Escolar.

Volvida mais de uma década da apresentação do projeto original, os responsáveis do atual fazem questão de destacar a modernidade e a segurança do mesmo. Ou seja, de que não haverá maus cheiros nem durante o processo de secagem das lamas nem durante o transporte, que será feito em veículos herméticos. Quanto à circulação de camiões para o local, afirmam que, no pico da atividade, que será no verão com o aumento da população na região algarvia, haverá, no máximo “quatro ou cinco camiões” a deslocarem-se até à Unidade de Secagem, provenientes das ETAR administradas pela Águas do Algarve. Até ao momento, as lamas eram encaminhadas e tratadas em outras unidades licenciadas da BioSmart.

Nesta sessão foi também destacada a importância das lamas de depuração enquanto “matéria prima” e da sua utilização, nomeadamente na agricultura e nas florestas, e a importância da compostagem para valorizar resíduos orgânicos.

O administrador da Águas do Algarve, Joaquim Peres, enfatizou a importância deste investimento da BioSmart, empresa que em 2018 adquiriu o projeto e o concluiu, e acrescentou que esta, juntamente com a Câmara Municipal de Silves “fizeram um serviço ao País e ao ambiente” ao criar as condições para a concretização desta estrutura. A qual, acrescente-se mais este dado, criou cinco novos empregos prevendo vir a duplicar esse número.

Também as presidentes da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines e da Câmara Municipal de Silves, em curtas intervenções, consideraram este projeto como uma mais valia para a freguesia e para o concelho, sendo que a presidente Rosa Palma não deixou de advertir para a necessidade da Unidade de Secagem funcionar segundo as condições de segurança e higiene apresentadas pela empresa BioSmart, afirmando que a autarquia estaria atenta a essa situação.

Em consonância com esta preocupação manifestada pela presidente da Câmara de Silves, foi anunciado que irá ser constituída uma Comissão de Acompanhamento, com entidades do concelho e da freguesia, com o objetivo de acompanhar de perto o decorrer da atividade da Unidade de Secagem Solar e Transferências de São Bartolomeu de Messines.”

Foi também anunciada a realização de uma sessão de apresentação e esclarecimento à população, com data e local ainda a determinar, em coerência com a “responsabilidade” e a “transparência” que os responsáveis da empresa fizeram questão de referir repetidas vezes.

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