Aprovado plano para Fábrica do Inglês, com um projeto de 20 milhões

A Fábrica do Inglês, em Silves já tem aprovado um plano para a sua recuperação. A concretizar-se, aquele espaço irá receber um aparthotel de cinco estrelas com 130 apartamentos turísticos, SPA, piscina e restaurante. O Museu da Cortiça será reaberto ao público.

A Câmara Municipal de Silves aprovou, por unanimidade, um pedido de informação prévia que considera viável o licenciamento de obras de alteração dos edifícios existentes e construção de novos edifícios no complexo da Fábrica do Inglês, em Silves. Este empreendimento de animação turística, fundado em 1999, numa antiga fábrica de cortiça, conhecida como a “Fábrica do Inglês”, abriu falência em 2009 e desde então tem estado encerrado e ao abandono, incluindo o Museu da Cortiça existente nesse espaço e que, em 2001, ano em que recebeu mais de 100 mil visitantes, ganhou o prémio de Melhor Museu Industrial da Europa.

O proponente pretende construir novos edifícios que irão receber um aparthotel de cinco estrelas, com 130 unidades de alojamento e serviços complementares como spa, piscina, restaurante, estacionamento em cave e outros. A intervenção nos edifícios existentes passa pela sua reabilitação, incluindo os muros e portões existentes, sem aumentar a área de construção. Estes edifícios destinam-se a equipamentos culturais, de saúde e outros serviços.

Apesar da aprovação por parte do Município de Silves, deste pedido de informação prévia, o processo terá ainda que passar por diversas etapas até chegar ao licenciamento para a execução das obras. Por um lado, a empresa proponente tem de negociar com a Caixa Geral de Depósitos, entidade proprietária dos dois prédios urbanos existentes; por outro lado, o projeto terá de obter parecer favorável por parte da Direção Geral do Património Cultural, uma vez que o imóvel foi sujeito a um pedido de classificação como património cultural de interesse público, e ainda por parte do Turismo de Portugal.

Fonte da autarquia de Silves confirmou ao Terra Ruiva a aprovação deste pedido de informação prévia, acrescentando que a intervenção urbanística prevista respeita as exigências colocadas pela Câmara Municipal, nomeadamente a reabilitação dos edifícios antigos existentes, mantendo a sua traça arquitetónica; a garantia do livre acesso ao público dos espaços interiores da Fábrica do Inglês e ainda a manutenção e reabertura do Museu da Cortiça.
O investidor, a empresa de construção Colossalweek, Lda., sedeada no Porto, propriedade de cidadãos portugueses, tem para este projeto um investimento estimado em mais de 20 milhões de euros e a sua expetativa é que possa iniciar as obras ainda no decurso do próximo ano.

A questão do Museu da Cortiça

Para o Município de Silves, a questão da reabertura do Museu da Cortiça que, recorde-se, está encerrado desde a falência da Fábrica do Inglês, é central em todo este processo.
Foi em 2014 que a Caixa Geral de Depósitos leiloou o espólio móvel do Museu da Cortiça, que inclui máquinas e equipamentos do tempo em que Silves era a capital da indústria corticeira, tendo este sido comprado pelo Grupo Nogueira (que adquiriu a Alisuper/ Alicoop após a falência e que concorreu com o Município de Silves na hasta pública).
Desde então, a propriedade do espólio já mudou duas vezes de mãos, encontrando-se neste momento na pertença da empresa “Excelentemagia, Unipessoal, Lda.”, com ligações ao Grupo Nogueira. Por não ter sido informada destas vendas e assim ter sido impedida de exercer o direito de preferência, a Câmara de Silves instaurou uma ação judicial que pretende que seja reconhecido o seu direito de preferência legal na aquisição do espólio móvel do Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês. O julgamento já teve lugar em abril deste ano e a sentença é aguardada “ a toda a hora”, segundo fonte da autarquia.

Mas, além de pretender adquirir o espólio, o Município tem ainda “a ambição” de obter a cedência do Museu da Cortiça a título de arrendamento, ou efetuar a sua aquisição, a preço simbólico, para garantir a reabertura ao público do espaço museológico. “Esta tem sido uma prioridade do executivo camarário CDU, liderado pela presidente Rosa Palma, visando garantir a tutela e salvaguarda de um património cultural de extrema importância e elevado apreço não apenas para o Município de Silves mas também para o próprio país, na medida em que testemunha a evolução da indústria corticeira nacional e estabelece um forte vínculo identitário com a população de Silves”.

Da parte do Município há também uma clara vontade de que este processo venha a ter “um desfecho positivo e risonho para a cidade de Silves, reabilitando e recuperando um local mítico, mas abandonado há cerca de 10 anos, introduzindo uma resposta turística de elevada qualidade que faz falta à cidade (empreendimento turístico de cinco estrelas) e salvaguardando a sua essência cultural”, diz ainda a mesma fonte. O objetivo é que este espaço volte a ser alvo de fruição pública por parte da população e dos turistas que visitam a cidade.

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