A Associação Patrimonial do Algoz – APA inaugurou, no dia 5 de outubro, o novo espaço cultural o “Centro Cultural d’ Athaide Oliveira”, no Monte da Piedade, conhecido como o “Celeiro”.
Este espaço, propriedade da Paróquia do Algoz, foi cedido à APA por um período de cinco anos, conforme o acordado em protocolo, firmado em janeiro de 2018, entre as duas entidades.

Posteriormente a Associação Patrimonial do Algoz procedeu a vários melhoramentos no edifício, que se encontrava em mau estado, nomeadamente no teto e nas paredes, com limpezas, pequenos trabalhos e pinturas. Foram instaladas também novas caixas de eletricidade, cedidas pela Câmara Municipal de Silves.
O presidente da APA, José Manuel Ramos, e o pároco do Algoz, José Águas, descerraram a placa com o nome do novo espaço cultural. O presidente da APA destacou a colaboração das várias entidades, particulares e patrocinadores que tornaram possível esta realização e revelou a vontade da associação em colocar este espaço ao serviço da comunidade, e na promoção de atividades culturais.

Por sua vez, o padre José Águas sublinhou que “nesta terra como em todo o lado a união faz a força” e que é preciso “ir caminhando e fazendo algumas coisas”, com “a ajuda de quem quer ajudar”. Lembrou que a recuperação do edifício do antigo Celeiro ainda não está totalmente finalizada, “ainda falta o telhado”, e que a paróquia tem outros espaços que necessitam de intervenção, pelo que a ajuda de todos será bem vinda.

Para marcar a inauguração do Centro Cultural foi organizada uma exposição de pintura de João Filipe Cabrita, algozense que se dedicou a esta atividade depois de se ter reformado e que expôs vários quadros, de estilos diferentes, para dar a conhecer as várias fases que a sua pintura tem atravessado.
De referir que esta exposição pode ser visitada até ao dia 28 de outubro, das 16h às 21h, na Rua Tomé Rodrigues Pincho.
O Monte da Piedade – Celeiro
O Monte da Piedade foi criado em 1702, por Tomé Rodrigues Pincho, e destinava-se a socorrer os lavradores pobres em maus anos agrícolas. A instituição foi aprovada por D. Pedro II em 30 de Julho de 1704 e foi, possivelmente, a primeira do género a existir no Algarve.
O Monte da Piedade de Algoz foi fundado com um capital de trinta e três moios de trigo, para emprestar aos lavradores com um prémio de três alqueires por moio, devendo ser administrado por três irmãos da confraria do Santíssimo Sacramento, que eram eleitos anualmente, de modo secreto. Do Monte da Piedade faz parte o celeiro situado numa das principais vias do Algoz. Sobre a porta existe uma inscrição com o nome do fundador e a data da fundação, talhada em pedra.
Francisco Xavier d’Ataíde Oliveira, Doutor em Teologia e Direito, jornalista e escritor nasceu em 1842 e morreu em Loulé em 1915. Escreveu e publicou muitas obras, de que se destacam as numerosas monografias de terras algarvias, incluindo a Monografia de Algoz, sua terra natal.