No dia 10 de maio, o Município de Silves, representado pela presidente Rosa Palma, assinou um protocolo de cooperação com o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), representado pela sua presidente, Ilda Figueiredo.
Um protocolo que visa a “continuação do trabalho iniciado em 2015”e que já resultou em várias iniciativas, principalmente junto da comunidade escolar, como palestras, exposições e um acampamento pela paz que juntou em Silves várias centenas de jovens.
Pela autarquia, Rosa Palma realçou a importância da defesa dos valores da paz e da cooperação, não só nas questões mundiais, mas também “nas nossas pequenas situações” e nas “relações interpessoais”. Afirmou ainda que apesar de Portugal ser um país que conhece a paz há muitos anos, continua a ser necessário que os cidadãos tenham uma “atitude ativa na luta pela paz”.
Numas breves palavras antes da assinatura do referido protocolo, a presidente do CPPC saudou a Câmara Municipal de Silves pelo “empenhamento pelos valores da paz” e nas várias iniciativas concretizadas em conjunto.
Selo “Silves pela Paz”
A seguir foi apresentado o novo selo “Silves pela Paz” que será usado na correspondência da Câmara Municipal. Este selo foi criado por Cláudia Coelho, uma jovem de 19 anos, que foi a vencedora do concurso de desenho promovido pela autarquia em dezembro de 2017, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Paz.
O mesmo selo foi usado numa carta enviada ao secretário de Estado da Juventude, João Paulo Rebelo, para que o mesmo tome conhecimento da existência deste selo e possa divulgá-lo, em prol da promoção da paz. A carta faz ainda um convite para que este governante visite Silves.
Foi feito também um agradecimento a Conceição Agostinho, dos CTT, pela colaboração prestada na concretização deste selo.
“A importância da Paz na atualidade”
A importância da paz na atualidade foi o tema da palestra de Ilda Figueiredo, no momento que se seguiu.
A presidente do CPPC lembrou que a paz é um valor desde há muito defendido em Portugal, desde os “anos 50” quando existiram várias “comissões de paz que não tinham existência legal” antecessoras do CPPC que foi formalmente constituído a 24 de abril de 1976, após a aprovação da Constituição Portuguesa.
Na sua intervenção, Ilda Figueiredo lembrou a II Guerra Mundial, passados precisamente 73 anos e um dia após o seu final (9 de maio), na Europa. Congratulou-se por terem passado décadas desde o último grande conflito mundial, mas destacou a existência de vários conflitos regionais e considerou um “problema muito grave” a atitude do presidente americano, Donald Trump, ao “rasgar as resoluções da ONU”, potenciando novos conflitos no Irão e em Israel.
Falou também da aprovação, por 122 países, do Tratado de Proibição das Armas Nucleares, entre os quais Portugal não está incluído, o que é criticado pelo CPPC que defende que o nosso país se junte a este grupo.
Com esse objetivo foi criado uma petição, promovida pelo CPPC, “Pela assinatura por parte de Portugal do Tratado de Proibição de Armas Nucleares”. Na referida petição reclama-se que Portugal assine o documento de dia 7 de julho de 2017, quando foi adotado o Tratado de Proibição das Armas Nucleares, pela conferência das Nações Unidas, para negociar um instrumento legalmente vinculativo que proíba as armas nucleares, levando à sua eliminação total, garantindo assim um “desarmamento geral, simultâneo e controlado”.
Este tratado entrará em vigor assim que 50 países o ratifiquem, mas o processo tem estado a ser travado pelas potências nucleares, bem como pela NATO.
Ilsa Figueiredo apresentou ainda os números divulgados pela Federação dos Cientistas Americanos segundo os quais existem no mundo 16 mil ogivas nucleares, sendo que “1600 estão em alerta máximo, basta apenas carregar no botão”. A esmagadora maioria destas ogivas (1500) são pertença da Federação Russa e dos EUA, sendo que estes últimos têm-nas espalhadas por todo o mundo, em bases militares e esquadras navais. Além disso, 215 estão na Grã-Bretanha; 300 em França; 270 na China; 110 a 120 na Índia; 120 a 130 no Paquistão; 80 em Israel; e cerca de 10 na Coreia do Norte.
No final da sua intervenção, Ilda Figueiredo lamentou que a “tentativa de controle do mundo” se faça “à custa da morte e da destruição dos países”, defendendo a “não ingerência” nos assuntos dos países e que “a guerra não é solução para nada”.
De referir que a Petição “Pela assinatura por parte de Portugal do Tratado de Proibição de Armas Nucleares – Pela paz, pela segurança, pelo futuro da Humanidade!” pode ser assinada em: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=nao-armas-nucleares