Queixas sobre a degradação na qualidade da alimentação servida pelo Centro Cultural de Social João de Deus, em S. Bartolomeu de Messines, aos seus utentes do lar, do centro de dia e do apoio domiciliário, além de serem assunto frequente na voz popular, chegaram também à nossa redação.
Um assunto que o Terra Ruiva entendeu aprofundar dada a veemência das queixas e a situação de vulnerabilidade dos queixosos, cuja identidade não se revela precisamente por essa razão…
Segundo os utentes ouvidos pelo nosso jornal, a degradação da qualidade da alimentação começou a a partir de outubro de 2015 quando o Centro Cultural e Social João de Deus, conhecido como “o lar de Messines”, fez um contrato com a empresa Gertral, uma empresa de grandes dimensões que fornece refeitórios, hospitais e escolas em todo o país, com um volume de negócios de muitos milhões.
A partir daí, dizem os queixosos, a situação transformou-se por completo, “deixou de haver peixe fresco, a carne também passou a ser congelada, não havia azeite nos pratos”, e o problema foi-se agravando ao ponto de “sobrar comida a valer, porque a maior parte das pessoas não come”, e “um dia está salgada, outro dia falta sal, não há consideração por pessoas que têm diabetes e outras doenças, a comida é igual para todos”.
As queixas, que afirmam ser transmitidas aos funcionários, também nada resolveram, “dizem não temos culpa”…
As reclamações sobre a qualidade da comida foram levadas à administração e direção do lar que promoveram reuniões com familiares, às quais não puderem comparecer os próprios utentes, mesmo aqueles que ainda se encontram em perfeito estado mental e que queriam participar, o que também indignou algumas pessoas.
A cozinha que afinal não acabou
Para averiguar esta situação, o Terra Ruiva esteve no lar, sendo recebido pelo gestor Tiago Machado que se prontificou a prestar todos os esclarecimentos. Segundo este, efetivamente a mudança para a Gertral “no início não correu bem”, até porque “mudança é sempre uma mudança” e admite que houve até algum “boicote interno”.
Questionado sobre as razões que levaram o Centro Cultural e Social João de Deus a realizar um contrato com a Gertral, Tiago Machado afirmou que quando foi nomeado como gestor, em maio de 2015, verificou que o lar tinha “uma cozinha com 10 pessoas, tinha uma carrinha própria para as compras e tinha de ser um funcionário a fazer as compras” o que representava “um custo complicado”.
Assim, foram feitas alterações na cozinha no decorrer das quais algumas pessoas foram “requalificadas”, outras “saíram” e outras permaneceram.
Mas essa reestruturação não implicou o encerramento da cozinha, pois a comida continua a ser confecionada aqui “a 100% “, por vários funcionários, pagos pelo lar. Apenas as compras deixaram de ser feitas pelo próprio lar e os alimentos passaram a ser fornecidos pela Gertral.
Esta solução, defende Tiago Machado, permitiu ao lar ter algum “lucro operacional” que possibilitou a execução de algumas obras, pinturas, instalação de painéis fotovoltaicos, compra de sofás e cadeiras para banho, entre outras.
Quanto à qualidade da alimentação garante que nos últimos seis meses as dificuldades foram ultrapassadas, que existe uma “obrigatoriedade” por parte da Gertral, para que as refeições incluam peixe e legumes frescos, e que, desde junho de 2016, a comida fornecida é analisada “todos os meses por uma entidade auditora” e que quaisquer problemas que sejam detetados são corrigidos através de reuniões semanais que são feitas com a empresa.
“Problemas temos sempre, mas temos de saber solucionar”, afirma o gestor. Ao Terra Ruiva diz ainda que atualmente o lar dispõe de um enfermeiro a tempo inteiro que recebe as informações que são dadas pelo médico, para que seja controlado “o que cada um come”, de acordo com a sua condição física.
Já sobre as reuniões nas quais não foi permitida a presença dos próprios utentes, confirma essa situação, dizendo que “não há reuniões abertas” mas garante que os familiares tiveram oportunidade de fazer uma prova à comida servida.
Um convite que, no final da conversa, estende ao Terra Ruiva, para que apareça para almoçar “quando quiser e sem avisar”.
O gestor, que prestou estas declarações também em nome da Direção do Centro Cultural e Social João de Deus, refere a visita que decorria nesse mesmo dia, de elementos da Segurança Social, no âmbito de um processo a decorrer de certificação do lar como entidade com qualidade. O que, diz, não seria possível se as queixas não tivessem sido resolvidas…
Ampliação do lar
À margem do assunto central, foi revelado que muito em breve serão iniciadas as obras de ampliação do 1º andar do edifício, o que permitirá receber no lar mais uma dezena de utentes.
O meu comentário..Essa é uma entre várias realidades que não só devem ser investigadas pelos meios de comunicação.. Como pelo menos ter ido público e segurança social..Há pessoas perfeitamente dispensáveis a ganhar milhares de euros por ano..Por Ex o gestor..A compra de um terreno de centenas de milhares de euros por burrice do presidente da direção que nunca servirá para nada..E terá sempre anualmente despesas com a sua limpeza.. Alguém… Está delapidando toda esta organização..Está direção devia demitir.se..E demitir de imediato este gestor é demitir este presidente é o seu contabilista..
Inicialmente a comidinha era muito boa caseira como se fosse em nossa casa aquando da mudança de gerência a comida é muito inferior e má, a verdade seja dita , acho que deveriam tentar melhorar as condições , é muito doloroso quando chegamos a idosos e precisamos estar em lares, precisamos de condições em todos os níveis, basicamente em termos de refeições.
Mais condições, os nossos velhotos precisam de uma boa refeição, uma boa cama, precisam de ser cuidados como merecem , afinal de contas todos vamos para lá caminhando.
Precisam de estar ocupados , fisioterapia , ginástica , passeios entre outros .
Vamos lá torcer para que este lar melhore porque os velhotes merecem.
Axo isto muito estranho ,vamos la ver a cozinha não acabou ,continua-se lá a fazer lá as refeições ,os trabalhadores são do Lar (cozinheiras e auxiliares) portanto a despeza continua , a comida é feita toda no Lar só os mantimentos são fornecidos pela firma GERTAL e baixou a depeza ???desculpem lá vocês querem é MATAR ou utentes Á FOME,DANDO-LHES MENOS COMER e qualidade inferior. A situação ta e pedir uma intervençao do Ministerio Publico ,ainda compram um terreno de milhares de euros como diz o amigo Joaquim Cabrita , é assim onde á fumo á fogo.desculpem mas nao sei escrever.
Desculpem lá mas nós somos os velhotes do amanhã,
portanto temos de tratar estes com dignidade,
porque amahã somos nós que lá vamos estar