Mais de uma centena de viaturas participou na “Marcha Lenta pela Requalificação da EN 124”, no troço entre Silves e o Porto de Lagos.
A iniciativa realizou-se no dia 26 de março. A partir das Piscinas Municipais de Silves, as viaturas percorreram 10km numa estrada em visível mau estado não obstante fazer a ligação entre três concelhos: Silves, Portimão e Monchique.
Esta marcha foi convocada por um grupo de cidadãos organizados como os “Utentes da EN 124” que exige a intervenção das entidades competentes, nomeadamente da Infraestruturas de Portugal ( a antiga Estradas de Portugal).
Nas muitas denúncias feitas pelos utentes desta via é referido o mau estado do piso, a existência de viadutos muito estreitos e em mau estado de conservação, as bermas irregulares. “Esta estrada é um perigo”, é uma das frases que se ouve a quem aqui circula, sendo certo que há muitas pessoas que têm de a percorrer diariamente, quer devido a trabalho quer devido ao local da sua residência.
De salientar que o mau estado desta estrada é uma constante dos últimos anos mas, apesar das variadas reclamações, a entidade competente tem-se limitado a “tapar buracos”, como afirmam os utentes.
David Marques, um dos organizadores desta marcha, fez ao Terra Ruiva o balanço desta iniciativa considerando que o mesmo foi “bastante positivo”, com a participação de “mais de 100 viaturas” de “cidadãos residentes na zona servida pela EN 124 e outros utilizadores”.
Destacou também a presença de João Vasconcelos, deputado eleito pelo BE; Analídio Brás, presidente da Assembleia Municipal de Silves; Mário Godinho, vice-presidente da Câmara Municipal de Silves; Tito Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Silves e de diversos órgãos de comunicação social. “Foi uma demonstração de cidadania”, considera David Marques que espera agora que “ a entidade gestora, Infraestruturas de Portugal (IP) dê a devida atenção ao que pode e deve fazer para que a situação se altere”.
No dia 6 de abril, a comissão de utentes da EN 124 estará na reunião pública da Câmara de Silves “para continuarmos a desenvolver todos os esforços até que a «Reparação e Requalificação da EN 124» seja uma realidade”.
Enquanto as obras não acontecem, os Utentes não irão parar o seu protesto: “brevemente iremos marcar uma reunião com os participantes na Marcha Lenta para definir quais as novas ações”, adianta David Marques.
De referir ainda que a organização criou uma página no Facebook, na qual os utentes desta estrada têm colocado fotos e testemunhos que comprovam o elevado estado de degradação desta via. Aqui são dadas também informações sobre as ações a desenvolver pela comissão de utentes (facebook.com/utentesen124.)
Município solidário com o protesto
O Terra Ruiva ouviu também o vice-presidente da Câmara, Mário Godinho, que participou na Marcha-Lenta, em representação do Município de Silves que assim se mostrou solidário com o protesto.
Mário Godinho, ex-presidente da Junta de Freguesia de Silves, começou por lembrar que, nessa qualidade, foram inúmeras as vezes que reclamou junto da tutela o arranjo desta via. A mesma insistência e pressão tem sido colocada pela Câmara de Silves junto das Infraestruturas de Portugal ( ex-Estradas de Portugal) para que proceda à repavimentação e requalificação do troço da via entre a cidade de Silves e o Porto de Lagos que apresenta um piso irregular e perigoso, com lombas e buracos, faixas de circulação e pontes estreitas.
“Ainda há pouco tempo, concretamente, no dia 2 de novembro de 2015, o Município de Silves reuniu nos Paços do Concelho com o Gestor Regional das Infraestruturas de Portugal que se fez acompanhar de outros técnicos superiores, onde a intervenção urgente na estrada de Silves-Porto de Lagos foi um tema abordado ”, disse Mário Godinho, acrescentando que “mais recentemente, em reunião promovida no dia 3 de março, em Faro, na sede daquela empresa, esse assunto foi de novo abordado e a Câmara insistiu que aquela estrada não reúne as mínimas condições de circulação e segurança rodoviárias, e que necessita de ser reparada com urgência”.
É do conhecimento do jornal “Terra Ruiva” que o troço Silves-Porto de Lagos está subconcessionado à empresa privada Rotas do Algarve Litoral (RAL), aguardando-se a sua devolução às Infraestruturas de Portugal. É responsabilidade desta empresa providenciar o projeto técnico e os respetivos recursos financeiros por forma a lançar o concurso para a execução da empreitada. Uma obra que já tarda, na opinião de quem por ali circula.