Compromisso Pessoal de Mudança III
(cont. partilha de Janeiro e Fevereiro)
Como combinado, continuaremos neste número a conversar sobre as questões da mudança pessoal. Já falámos da importância de definir o comportamento a mudar, da necessidade de analisar e entender esse comportamento inadequado e qual a sua função/papel, de identificar os ganhos secundários que obtém com esse comportamento. Este mês gostaria de partilhar com os leitores algumas ideias sobre a necessidade de especificação e definição da importância da mudança de determinado comportamento para o próprio. Estamos a falar da etapa três do processo de mudança.
Etapa Três – Especificar a necessidade e a importância da mudança pessoal para o próprio. Agora é preciso avaliar qual a repercussão positiva que uma alteração de determinado comportamento poderá ter na sua vida. É necessário relacionar todas as vantagens que terá ao promover a mudança do comportamento inadequado; que área(s) da sua vida serão beneficiadas com a mudança? O que conseguirá melhorar na sua vida pessoal, social, profissional?
Um levantamento exaustivo das vantagens (desde a mais pequena à maior) ajudará a tomar consciência do impacto que terá e, a partir do conhecimento destes benefícios, desenvolver um desejo de mudança e uma maior motivação, que ajude a enfrentar as dificuldades que também vai encontrar nesse processo, pois existirão forçosamente áreas mais dificeis de alterar.
Assim, as tarefas desta etapa são: perceber o que trás de negativo o seu comportamento atual, perceber porque precisa mudar, o que vai melhorar na sua vida, como visualiza a sua vida após a mudança, quais as dificuldades que antecipa, como poderá ultrapassa-las (quais os recursos que já tem e quais as ajudas que necessita).
Muitas vezes estamos à espera que a motivação para mudar “caia do céu” como por milagre. Também é verdade que para muitas pessoas só quando passam por um grande sofrimento, associado ao comportamento inadequado, é que percebem o quanto o comportamento está a destruir as suas vidas. A motivação pode vir desse sofrimento e/ou da análise consciente das vantagens e desvantagens inerentes à manutenção ou alteração do comportamento. Esta questão levanos à atapa seguinte do processo.
Etapa Quatro – Desenvolver um grande desejo de mudança pessoal. Para criar um forte desejo de mudança, será necessário associar uma grande dor e uma sensação desagradável ao facto de não mudar e um grande prazer e estímulo pela ideia de mudança. A partir da análise que fez ao relacionar todas as vantagens da mudança e todas as desvantagens que tem com o antigo comportamento, é possível vincular dor e desprazer ao facto de não mudar e um grande prazer pela mudança.
O desejo de mudar ganha um novo significado e importância. Se alguém tem um determinado comportamento que deseja mudar, por exemplo “comer em excesso” e vincula este comportamento a sensações de prazer, dificilmente conseguirá realizar as mudanças. Todas as vezes que se imaginar a comer um doce ou um bom prato de comida, sentirá sensações de prazer e satisfação, o que só aumenta seu desejo por aquele comportamento inadequado. Mas se a pessoa que come em excesso mudar a maneira de pensar e analisar as desvantagens, como por exemplo a perda de mobilidade, a perceção negativa da sua imagem fisica, toda vez que pensar em comer um doce, aquela sensação será desagradável e trará enorme dor e sofrimento à pessoa. E se, ao mesmo tempo, ela imaginar que terá grande prazer por ser elogiada pela sua estética e boa forma ao ter conseguido controlar o peso, esta sensação de prazer fará com que tenha grande desejo de operar a mudança.
Temos então como tarefas desta fase: Associar dor e sensações desagradáveis ao facto de não mudar; Associar prazer e sensações agradáveis e estimulantes com a possibilidade de mudança.
Estes são os desafios de reflexão para este mês. Continuaremos a desenvolver este tema na próxima edição. Até lá…
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.”
Mahatma Gandhi
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