“A Igreja não é um supermercado onde a pessoa vá e se sirva de respostas”
Em agosto de 2015, a comunidade católica de Armação de Pêra comemorou as bodas de ouro sacerdotais do padre Joaquim Beato.
Atualmente com 76 anos, oriundo da região de Leiria, vindo para o Algarve na década de 60 do século passado, o padre Beato está ligado à criação do grupo de escuteiros em Armação e à fundação da Santa Casa da Misericórdia, com o seu lar e creche.
Inúmeras gerações de alunos da Escola Secundária de Silves conheceram-no enquanto professor de Português.
Ao Terra Ruiva falou um pouco do seu percurso de vida, poucos dias depois de ter recebido um louvor da Câmara Municipal de Silves, pela sua ação desenvolvida junto da comunidade armacenense.
Comemorou os 50 anos da sua ordenação… Como começou o seu percurso como padre?
Fui ordenado padre em Leiria, em 1965. Na altura o Bispo do Algarve, D. Francisco Rendeiro, pediu à Diocese de Leiria se havia possibilidade de mandar para cá um ou mais padres. Havia muita dificuldade em encontrar padres no Algarve. Sugeriram que viesse e vim, para Monchique. Comecei a minha história como padre em Monchique.
Deve ter sido um certo choque, vir para Monchique nessa altura…
Foi um bocadinho… naquela altura nós não tínhamos uma formação muito aberta à dimensão da Igreja. O conceito de Igreja era muito limitado àquele grupinho da terra onde a gente vivia, era a minha freguesia, a minha diocese, não havia o conceito de Igreja Universal, povo de Deus que está espalhado por diversas partes do mundo.
Em que altura vem para Armação de Pêra?
Estive em Monchique três ou quatro anos. Depois, já a convite de outro bispo, fui para Faro, quando abriram a Escola de Hotelaria e Turismo, fui dar aulas. Entretanto comecei a dar aulas de Moral e Religião no liceu e vivi em Faro uns anos, depois é que vim para esta aldeiazinha…
Isso é quando?
Foi em 1974. E então, como precisava de me sustentar, que nunca vivi à custa das pessoas, fui pedir aulas em Silves, na Escola ( atual Escola Secundária) e deram-me umas aulas de Moral. Ainda estive assim um ano ou dois, mas aquilo não me entusiasmava, as aulas eram ao fim do dia, era difícil conciliar com a Paróquia de Armação e de Porches. Até que alguém me sugeriu, você tem o curso dos seminários pode dar Português. E eu disse que sim, havia muita falta de professores de Português e de Latim, que era o grupo a que eu pertencia, e lá fui dando aulas. Foi um trabalho muito agradável, gostei imenso desse tempo porque me permitiu ter um contacto muito grande com os alunos, falar com eles, ouvi-los, partilhar com eles a minha experiência como homem e como professor. Como me faltavam umas cadeiras da universidade, de linguística e de literatura, fui completar o curso, para ficar no quadro, e fiquei por Silves.
Até à reforma?
Até à reforma, saí há uns 10 anos.
O senhor foi meu professor de Português e lembro-me que nos queixávamos porque nunca faltava.
Foi uma preocupação que sempre tive, nunca faltar às aulas, e também nunca fiz greve. Era um bocado alérgico, sobretudo naquele tempo, à maneira como se faziam muitas greves.
Eram os anos 70, num período ainda muito agitado na sociedade portuguesa.
Sim, era assim. A greve é um direito natural das pessoas, dos grupos de trabalho, mas o que acontecia muitas vezes é que eram feitas sem grande fundamento. Eram os tempos, saímos de um regime político para outro, a mudança foi realmente útil, mas as pessoas não estavam preparadas e foi uma aprendizagem pela qual todos passamos e foi positiva. Mas para mim as greves eram um prejuízo para os alunos. Por isso nunca fiz greve, nem faltava às aulas.
Enquanto professor passaram por si muitas gerações de jovens do concelho…
Passaram por mim muitos jovens… e encontro alunos que hoje são professores, são doutores, são pessoas formadas…fico contente.
Voltando a Armação chega aqui… e qual foi a sua impressão?
Tratava-se de uma aldeia, com duas fases de vida, uma no inverno e outra no verão. De inverno era uma aldeia pacata, silenciosa, em que praticamente as pessoas viviam dos rendimentos que tinham do verão, os pescadores quando podiam iam ao mar, ou trabalhavam no campo, a maioria das pessoas vivia assim. Havia pouco comércio, somente alguns restaurantes e mais nada. Havia depois a outra fase, que era de verão. Que já trazia, naquela altura, muita gente para aqui, e particularmente pessoas do concelho de Silves que tinham aqui as suas casas e que passavam o verão inteiro. Vinham também muitos alentejanos. Era um turismo sazonal e feito praticamente só com as pessoas de cá. Com o andar dos tempos, as coisas foram-se modificando. Armação de Pêra deixou de ter aquela graça que tinha, que era tão bela, as ruazinhas estreitas, as casas pequeninas, baixinhas, em que todos nos sentíamos bem, começam a aparecer as construções, as grandes casas e torres. Olho para trás e sinto pena, estragaram esta pequena vila. Não que eu seja contra as construções, mas já nessa altura podia-se ter tido um modelo de fazer as construções lá atrás e deixar à frente a aldeia, com as suas características próprias. Mas não, encheram tudo de cimento e hoje Armação é uma terra de cimento, cheia de quartos e de apartamentos, que está só.
Vazia durante o inverno?
Vazia durante o inverno e no verão é como uma espécie de ovo, compacto, que as pessoas não podem quase contactar umas com as outras. Mas são apenas três meses. Por outro lado verificamos que o turismo ficou centralizado num ou dois hotéis e mais nada. Uma coisa que me impressiona muito e que não deixou crescer Armação, é a questão do trabalho, nós vemos que há apenas meia dúzia de pescadores, e porquê? Porque não há um porto de acolhimento para os barcos, não há uma marina.
Em tempos falou-se nesse projeto mas nunca avançou.
Se houvesse uma marina, um porto de acolhimento era possível que surgisse aqui uma escola de pescadores, que mais pessoas se dedicassem ao mar, mas não, está tudo morto nesse aspeto. Pode ser que no futuro se venha a realizar e faço votos que assim seja. Agora será muito difícil, acabado o tempo das vacas gordas.
Creio que perante as realidades da vida e perante o que temos, tem de haver um trabalho diferente. As pessoas têm de acordar e ver que não podemos viver só assim, tem de haver um trabalho de abrir caminhos, criar postos de trabalho, criar condições de vida porque este turismo sazonal que temos não chega.
A ideia de abrir caminhos sempre o acompanhou? Está ligado à fundação de diversas entidades em Armação, como a Santa Casa da Misericórdia e o Agrupamento de Escuteiros 589.
Quando para aqui vim, uma das minhas primeiras preocupações foi a de dar apoio aos jovens e nessa altura criou-se o agrupamento dos escuteiros, que foi muito forte e teve muitos elementos. Depois teve uma fase difícil mas renasceu e hoje temos um agrupamento bastante bom, com quase 100 jovens. Para além disso, também encontrei muitos velhinhos, muitas pessoas da terceira idade que não tinham quem olhasse por elas e despertou em mim e num grupo de pessoas a ideia de construirmos um lar para idosos. Havia uma senhora, D. Alice Patrício, que veio ter comigo e disse para fazer um lar que ela oferecia a sua quinta. E eu entusiasmei-me e com um grupo de pessoas criamos a Irmandade da Misericórdia, para ser mais fácil ter uma ajuda da Segurança Social e assim foi. A Segurança Social cedeu-nos um projeto para a construção do lar, a senhora ofereceu o terreno no sitio do Quintão e fez-se o lar.
Quando foi inaugurado?
Fez agora 25 anos. Em agosto, comemoramos as bodas de prata. Depois, começou-se a olhar para as crianças, e num terreno que a Câmara nos cedeu construímos a creche “A Gaivota”. E lá temos as crianças.
E continua ligado à direção?
Sim, continuo como Provedor da Misericórdia e como responsável principal quer da creche quer do lar, embora não seja só eu, temos uma equipa de pessoas que realmente ajudam muito, particularmente a senhora Isabel Santos e outros elementos da direção. Todos juntos vamos levando isto para diante. O lar é uma obra com muito valor, assim como a creche, mas o lar é uma obra muito boa, temos ali 60, 65 pessoas, internos e procuramos proporcionar às pessoas um fim de vida mais agradável, que tenham um fim acompanhado. Hoje em dia há muitas pessoas que chegam ao fim da vida sós. Mas ali não. Desde os funcionários à direção todos temos a preocupação de acompanhar as pessoas, desde que para lá entram até ao fim. E as pessoas realmente gostam de lá estar.
Sei, ou pelo menos penso que sei, pois foi o que li… que já fez essas coisas todas mas gostava de fazer mais, que tem o sonho da construção de um centro paroquial..
Isso tem sido uma preocupação muito grande, de levar para a frente a construção de um centro pastoral para a paróquia. Quando vim para aqui, só tínhamos esta igrejazinha. Não havia uma sala para a catequese ou reuniões, também não tínhamos outros espaços, nem terrenos, não tínhamos nada. E houve sempre da minha parte a preocupação de fazer alguma coisa, de criar espaços. Eu penso que numa terra como é hoje Armação, ou Silves, ou Messines, as pessoas sentem necessidade de ter um lugar de convívio, onde os pais se possam encontrar, onde os jovens possam estar, onde possa haver uma intercomunhão de umas pessoas com as outras. E depois de muito, muito trabalho consegui que a Câmara me cedesse um terreno, junto ao campo de futebol, para que construíssemos uma igreja e um centro social e paroquial e uma série de obras… E nós temos nas ruas Manuel de Arriaga e do Alentejo umas casas velhas que uma senhora deixou à Igreja, e sempre pensei que vendendo essas casas daria para a construção. Mas com esta modificação económica que o país tem passado, essas casas hoje não têm grande valor. Mas os projetos estão feitos e ainda não desanimei. Temos reunido aqui o conselho económico e todos são de opinião que façamos o centro paroquial, embora de uma forma mais económica. Porque o projeto que tínhamos ia para cima dos dois, três milhões de euros.
Também com uma igreja nova.
Sim, com uma igreja nova. Mas hoje, esta igreja resolve o problema, praticamente não precisamos de outra. Precisamos sim de um salão, com umas salas para a catequese, uma biblioteca, um espaço para encontro das pessoas. É muito provável que vá falar com o arquiteto para fazer alterações, para tornar o projeto mais económico e feito isso vamos tratar de levar a obra para a frente. O local fica perto da igreja, é um lugar bom para as pessoas. Nunca me esqueço, um dia, em Barcelona, ao sair de uma missa, reparei que as pessoas, ao saírem, se juntavam a conversar, a cantar, outros a beberem um café e eu achei aquilo tão belo… É o que nos falta, um lugar para nos encontrarmos. Esse projeto está cá dentro e estou convencido que havemos de fazer.
O que está a atrapalhar é apenas o problema financeiro.
Sim, e ficou pior com este problema que tivemos na igreja ( assalto seguido de incêndio)… a igreja ficou toda queimada e gastamos aqui muito dinheiro… e muito do que tínhamos guardado para a obra. A Câmara de Silves ajudou-nos, foi generosa, a Drª. Rosa Palma foi uma mulher extraordinária nesse aspeto, esteve sempre connosco. E tivemos outras ajudas, mas tivemos de gastar dinheiro que tínhamos. Mas penso que mais tarde iremos conseguir.
Enquanto as pessoas que estão à frente não desistirem, o projeto tem hipóteses de se concretizar…
Quando têm à frente alguém que as anime, que seja dinamizador, as pessoas não desistem, toda a gente colabora, uns mais outros menos…
É assim que vê o trabalho de um padre numa paróquia, o de dinamizar?
Sim, nós somos animadores. O pároco de uma paróquia não tem só uma dimensão espiritual, tem sobretudo uma dimensão humana. Penso que quanto mais o homem for homem, mais ele se pode tornar espiritual. Nunca me esqueço que quando me ordenei, escolhi para lema da minha vida, padre é homem de Deus e homem dos homens. Para sermos homens de Deus, temos de ser homem dos homens, temos de estar com as pessoas e conviver com elas, num respeito muito grande pela sua mentalidade, pela sua ideologia, pela sua cultura, pela sua maneira de ser e dialogar com elas. E quando apresentamos um projeto as pessoas aderem e quando chegar a altura de descobrirem o projeto de Deus também descobrem. Deus não se impõe a ninguém. Deus vem ao encontro do homem. Esse é o nosso caminho.
O senhor escolheu este caminho, foi uma vocação, desde novo?
Não foi. Recordo-me que naquele tempo as professoras na escola primária faziam sempre uma redação, o que quero ser quando for grande, e eu nunca punha lá que queria ser padre. Eu queria ser carpinteiro, porque o meu padrinho era carpinteiro. Mas Deus serve-se das pessoas e foi a minha mãe que, quando fiz o exame da 4ª classe, me perguntou, então Quim queres ir para o seminário ou não? Fui fazer o exame de admissão, fui aprovado e por lá andei, só com a preocupação de estudar. Só mais tarde, quando já tinha o curso de Filosofia, é que se colocou a questão se havia de ser padre ou não. Foi nessa altura que descobri a minha vocação, ajudado por outros, e disse sim a este caminho. E me fiz padre…
Não lhe vou perguntar se nunca se arrependeu, é uma pergunta que não se faz…
Mas pode fazer, é uma pergunta muito natural, que muitas pessoas fazem…
É porque é uma profissão que vejo como muito difícil de exercer, é um trabalho em que a pessoa tem de se colocar ao serviço de outros.
Eu posso dizer com toda a verdade que nunca me arrependi. Porque entendi sempre que um sacerdote é um homem que se dá às pessoas, e quando as pessoas aceitam o nosso amor, aceitam a nossa doação, nós sentimo-nos mais fortes, isso dá-nos coragem Por exemplo, quando fui para Monchique, rapaz novo, tinha 26 anos, nessa altura fui nomeado assistente de ação católica de jovens. E quase sempre aos domingos tínhamos um encontro com rapazes e com raparigas, em Faro. E eu andava numa vespazinha de Monchique para Faro e chegava lá e encontrava-me com as pessoas e ao ver o entusiasmo delas pensava então eu não hei de arranjar coragem? Aquilo dava-me coragem para continuar, e foi isto que encontrei ao longo da minha vida. Evidentemente isso não quer dizer que não haja momentos na vida em que ficamos mais abatidos, a vida nem sempre é primavera, mas nem sempre é inverno.
Li na “Folha de Domingo”, uma frase sua “ tive sempre a preocupação de ser um sinal de padre”. O que é este “sinal de padre”?
Tive sempre essa preocupação. Recordo-me que a princípio, nós andávamos sempre vestidos com um cabeção, aquela “gola” de padre, e eu usava aquilo. E nas viagens de comboio, para Lisboa, comecei a reparar que ninguém se sentava ao pé de mim. E a certa altura pensei, não, isto afasta as pessoas, e então comecei a tirar o cabeção. E comecei a fazer o seguinte, quando entrava numa carruagem sentava-me sempre ao pé de alguém, um homem ou uma senhora…. E a determinada altura começávamos a falar e eu não ia dizer, olhe, eu sou padre, mas pelas nossas conversas, enfim, muitas vezes a gente dá o sinal daquilo que somos, as pessoas entendiam. E na escola também dizia sempre, aqui não olhem para mim como padre, na escola sou professor. Mas nós como padres temos a oportunidade de apresentar… por vezes uma frase, um sentido mais positivo da vida, uma luz nova, levar a descobrir.
Vi que tem organizado uma iniciativa muito interessante, as tertúlias. Foi por iniciativa da paróquia de Armação?
Sim, começámos no ano passado. A família hoje corre muitos riscos na sociedade, são novos conceitos de família, novas maneiras de viver o amor, as questões do amor paternal, da filiação, há uma série de novas questões e problemas. E a sociedade hoje está muito infiltrada. Então começamos por fazer as chamadas Tertúlias da Família para a reflexão. Todos os meses fizemos uma série de encontros, cada mês subordinado a um tema e foi interessante. E pensamos que era interessante retomar. Resolvemos fazer apenas três encontros, o primeiro foi em dezembro ( 2015), sobre o tema da Família e do Sínodo de Roma e fizemo-lo no Centro Paroquial em Pêra e foi muito interessante, estiveram para cima de 100 famílias, de Armação, de Pêra, de Alcantarilha, até de Silves. Foi um encontro aberto a toda a gente, para que as pessoas ficassem a conhecer o que foi o Sínodos dos Bispos em Roma, os temas que foram discutidos e o pensar da Igreja sobre temas que são hoje muito muito preocupantes, a homossexualidade, os casamentos, os divórcios, os problemas da mulher, o trabalho… Antes da Páscoa vamos fazer um segundo encontro, também em Pêra, sobre a família e os idosos, é um tema também muito interessante. Em muitas famílias os idosos são postos um bocado à margem, não se dá grande importância. Que lugar têm os idosos hoje na família? É o tema que iremos abordar. E depois da Páscoa faremos um terceiro encontro que será sobre a família e os jovens. O que pensam os filhos dos pais e o que pensam os pais dos filhos? O que os filhos gostam nos pais, o que admiram mais, o que não gostam? É interessante ouvirmos, é uma reflexão importante.
A Igreja está num movimento de renovação que também passa pela discussão desses temas.
Nunca me esqueço de uma frase do Papa João XXIII, sobre o Concílio quando ele diz : o concilio faz-se não para que os que estão fora da igreja venham para que a Igreja, mas sim para os que estão dentro da Igreja saiam para fora. Hoje, mais do que nunca, é preciso que as pessoas que vêm à igreja saiam e que deem o salto para os outros, que conversem, que deem o seu testemunho, que oiçam os outros, penso que isto é a grande finalidade. Nós vivemos hoje um período da Igreja muito belo, neste momento de abertura, temos o exemplo do Papa Francisco, que é um modelo extraordinário, como vai ter com os outros, como nos convida a estar com os outros.
Tem conseguido nalgumas coisas dar outra imagem da Igreja.
Dá um sinal. E é um sinal muito positivo
Uma grande parte das pessoas precisa da Igreja e a Igreja tem de estar aberta. E para questões como essas, penso que hoje ninguém tem respostas certas para elas.
Não há respostas prontas. E a Igreja não é um supermercado onde a pessoa vá e se sirva de respostas. A Igreja é essencialmente uma mensagem de vida, que envia às pessoas, e elas vão vendo e descobrindo.
Para terminar, gostaria de falar um pouco da festa que a paróquia lhe fez, nos seus 50 anos de ordenação.
Houve algumas pessoas da paróquia que pensaram fazer uma pequena festa, a celebração dos 50 anos, em colaboração com o padre Aquino, que estava em Silves. E convidaram o senhor bispo e fizemos uma celebração na rua, que a igreja não tinha espaço, foi montado ali o altar. No princípio o senhor bispo presidiu à celebração, depois quando chegou a altura das leituras fez uma breve homília e depois disse, agora o padre Beato fala, e eu falei. Celebramos juntos, a praça estava cheia de gente e terminou com um jantar, estavam duzentas e tal pessoas, foi muito belo.
Sentiu que Armação é a sua casa.
Armação é a minha casa. E agora, que casa vou eu procurar além desta? Depois de uma vida… foram 40 anos aqui, que casa vou procurar agora? Provavelmente morrerei aqui, nesta paróquia.