A Administração Regional de Saúde (ARS) Algarve, através do seu Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Central, em colaboração com o Centro Hospilalar do Algarve (CHA), vão juntar-se para implementar um projeto inovador na área da oncologia, na região do Algarve.
O objetivo é reduzir otempo de resposta à primeira consulta, aumentar a satisfação dos utentes e melhorar o estadiamento no diagnóstico.
“A necessidade de desenvolver este projeto nasce do facto de termos percebido que existiam algumas lacunas relacionadas com a entrada do doente oncológico no hospital, nomeadamente os tempos de espera, e por não haver um processo estruturado de acompanhamento pelos cuidados de saúde primários durante o tratamento e após estabilização”, explica Gabriela Valadas, diretora clínica do Centro Hospitalar do Algarve.
E acrescenta: “Um dos principais objetivos é aumentar o grau de confiança do doente oncológico através do seguimento integrado em todas as fases da sua doença, garantindo o acesso, a previsibilidade e o acompanhamento de proximidade”.
As soluções apresentadas pelas três entidades passam pela criação de um Centro de Triagem Oncológico no CHA, um canal de entrada no hospital com “rosto humano” que vai garantir a previsibilidade de resposta e o acesso à informação por todos os intervenientes, e pela implementação de um processo de acompanhamento integrado oncológico, ou seja, um acompanhamento do doente nos cuidados de saúde primários que permita o acesso a cuidados de proximidade, com intervenção de uma equipa multidisciplinar que assegura a confiança e tratamento adequado.
“A implementação deste projeto vai permitir reduzir os tempos de espera na marcação de consultas, centralizar a informação sobre a admissão de doentes oncológicos no CHA, disponibilizar mais informação ao médico de família e aos doentes e assegurar um acompanhamento contínuo do médico de medicina geral e familiar desde o diagnóstico”, revela Assunção Martinez, coordenadora da Unidade de Saúde Familiar Ria Formosa, unidade funcional de Faro do ACES Central.
“Queremos melhorar o estadiamento no diagnóstico com impacto significativo na redução da mortalidade, diminuição do número de anos de vida perdidos e diminuição do sofrimento evitável, melhorar os cuidados de proximidade, aumentar o grau de satisfação do utente e melhorar o clima organizacional”, conclui.
O projeto “Humanização dos cuidados ao doente oncológico” integra-se no programa Boas Práticas de Governação, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, que proporciona aos participantes uma oportunidade de acesso a um plano curricular desenvolvido pela universidade e que lhes garante as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento dos projetos.
Este ano, o programa tem como tema “Caminhos para a Humanização” e pretende criar as condições para a implementação de projetos de inovação, promovendo o desenvolvimento de boas práticas que fomentem uma maior humanização nos cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.