A Assembleia Municipal Extraordinária marcada para o dia 23 de outubro para debater o relatório da auditoria interna feita à Câmara de Silves a pedido do atual executivo, tendo em vista esclarecer aspetos relacionados com o “caso Viga d’ Ouro”, foi suspensa, sem que tivesse sido marcada nova data.
A reunião fora pedida por Carlos Cabrita, único elemento do Bloco de Esquerda, mas acabou por ser a porta-voz do PS, Fátima Matos, a apresentar um requerimento pedindo a suspensão da assembleia, devido à ausência da presidente da Câmara, Rosa Palma.
Na reunião, PS, PSD e BE teceram várias críticas à ausência da presidente Rosa Palma, considerando que a sua presença era indispensável para a realização da mesma.
O representante do BE considerou que tal ausência se deveria ao facto da “CDU estar incomodada com a auditoria” e que a documentação era “insuficiente” e não tinha sido “disponibilizada”.
Já Fátima Matos negou que a informação não tivesse sido disponibilizada e sublinhou que a mesma “está toda na internet”, no site da autarquia, o que considerou “muito bem”, mas justificou o requerimento apresentado por o PS “não dispensar as explicações da senhora presidente da Câmara”.
Da mesma opinião foi Rui Paulino, porta-voz do PSD, que considerou que deveria ser a presidente da Câmara a responder às questões porque “foi quem iniciou todo este procedimento”.
Contra a suspensão votou a maioria da bancada da CDU. Marco Jóia, porta-voz da CDU, defendeu que estavam reunidas as condições para a realização da assembleia, uma vez que o que estava em causa era a discussão do relatório que todos os membros conheciam. Criticou também os restantes partidos por quererem apenas discutir a ausência de Rosa Palma, e não terem tido “nem uma palavra sobre o conteúdo do relatório” nem sobre a atitude dos vereadores do PS e do PSD que, na reunião de Câmara, votaram contra a divulgação do mesmo relatório aos membros da Assembleia Municipal, o que Marco Jóia considerou um “precedente que deixa a CDU preocupada”.
Também o presidente da Mesa da Assembleia, Analídio Bráz, eleito pela CDU, defendeu que a reunião se deveria realizar, por estar presente o vice-presidente da Câmara, Mário Godinho, que poderia dar as respostas necessárias. Quanto à ausência de Rosa Palma, esclareceu que a mesma se encontrava em Palmela, a participar num evento, e que tinha prevenido a Assembleia Municipal que não estaria disponível nessa data e pedido um adiamento, o que não foi aceite pelos representantes dos partidos.
“Se estamos aqui hoje, por que não discutimos hoje aqui?” perguntou ainda o presidente da Junta de Freguesia de Messines, que lançou ainda o tema das senhas de presença que os membros recebem por cada reunião em que participam, dizendo que não queria receber por esta reunião. Um tema que lançou algum “sururu” na sala, com outras pessoas, como Carlos Cabrita e Fátima Matos, a responderem que não estavam ali por senhas de presença, mas que terminou sem consequências e o apelo de Analídio Bráz para que os membros não entrassem em “discussões mesquinhas”.