Este ano aumentou ligeiramente o número de incêndios, mas a área ardida diminuiu, o que se atribui à resposta rápida e eficiente dos meios extraordinários que permaneceram todo o verão em S. Marcos da Serra e Silves.
Ao contrário do que é costume ardeu mais no barrocal e litoral: Armação de Pêra, Alcantarilha e Tunes.
Antes da próxima época, o Serviço de Proteção Civil e Florestas da Câmara Municipal de Silves quer concluir o levantamento de todo o edificado e população residente na área florestal, o que irá contribuir para a melhoria das operações.
Seguindo a tendência nacional e regional, o número de ocorrências aumentou (10,45%), ainda que ligeiramente, no nosso concelho”, mas “ a resposta dos meios formatados permitiu reduzir a área ardida substancialmente, em cerca de 68,28%, debelando a generalidade das ocorrências na sua fase inicial, com uma resposta musculada em zonas de elevado risco”.
A generalidade das ocorrências registou-se no barrocal e litoral do concelho de Silves, junto a áreas urbanas e de edificação dispersa, concentrando-se na várzea de Armação de Pêra, na Estação de Alcantarilha e na área envolvente a Tunes.
Já nos espaços florestais e no mato das freguesias de Silves, S. Bartolomeu de Messines e S. Marcos da Serra “que configuram maior risco” as “ocorrências foram residuais”.
Ainda assim foi na freguesia de S. Marcos da Serra, em Vale da Porta, que se registou o incêndio de maior dimensão, a 5 e 6 de agosto, que consumiu uma área ardida de aproximadamente 55 hectares, o que representa 80% da área ardida no concelho em 2015.
As medidas preventivas e de antecipação terão sido, no entender do responsável da Proteção Civil Municipal, Nelson Correia, o principal fator que permitiu ao concelho apresentar estes bons resultados. Como o Terra Ruiva noticiou anteriormente, os meios humanos e operacionais foram reforçados no concelho.
Em S. Marcos da Serra “procedeu-se ao pré-posicionamento de meios de combate a incêndios florestais, no antigo quartel dos bombeiros”, através do estabelecimento de uma equipa de combate a incêndios florestais (ECIN), formatada a partir dos dois corpos de bombeiros do concelho, e uma outra, “de caráter excecional, com o acolhimento de grupos de combate a incêndios florestais externos (Brigada, GRIF ou GRUATA), enviados para a região em períodos críticos. O primeiro dispositivo foi constituído por cinco operacionais e um veículo pesado de combate a incêndios florestais, que funcionou durante 24 horas, de forma contínua, de julho ao final de setembro”. Os grupos de reforço integraram “até 32 operacionais e 10 viaturas”.
Paralelamente, as escolas EB 2.3 de S. Bartolomeu de Messines e de Silves foram também constituídas como bases operacionais adicionais para estacionamento temporário de meios e recursos “encontrando-se os procedimentos de ativação e resposta e respetivas equipas já estabelecidos e constituídas”.
Já o patrulhamento das zonas serranas das freguesias de Silves, S. Bartolomeu de Messines e S. Marcos da Serra foi efetuado no âmbito do Plano Faunos e foi posto em prática pelo Regimento de Infantaria nº 1. Foi estabelecida uma base temporária no interior da serra de Silves, na Quinta Pedagógica, e os resultados foram “muito positivos” não só no que respeita ao “patrulhamento de proximidade” mas também porque contribuiu para “aumentar o sentimento de segurança junto das populações mais isoladas e envelhecidas”.
No decorrer destes meses foram igualmente “desenvolvidas várias ações de sensibilização e formações conjuntas” entre “agentes de proteção civil e entidades cooperantes públicas e privadas”, das quais se destaca a “formação com máquinas de rastos”.
Perspetivas para 2016
Tendo em atenção a “severidade do clima expectável e o período de retorno das grandes ocorrências, que ciclicamente se abatem sobre o nosso concelho e região” para 2016, o Serviço de Proteção Civil da Câmara Municipal pretende manter as medidas já tomadas este ano e se possível incrementar outros “domínios de atuação” através do desenvolvimento de novas ações com o Exército Português. Entre essas ações destaca-se a “construção de infraestruturas de defesa da floresta contra incêndios, onde se inclui a implementação de faixas de gestão de combustível em áreas estratégicas”.
Antes do verão, os técnicos da autarquia estão também a proceder ao “levantamento de todo o edificado e população residentes existente na área florestal”, o que será muito útil durante um incêndio de grandes dimensões, pois na posse destes elementos os bombeiros poderão antecipar “medidas de prevenção” e organizar melhor a disposição de meios de combate e eventual evacuação em cenário real.