Foi com entusiasmo que li uma nota de imprensa da Câmara Municipal de Silves dando conta que a Feira Medieval de Silves, na sua Edição de 2015, contou com 132 000 visitantes. Os meus parabéns ao Município, por garantir o sucesso desta feira, em boa hora criada pela Dr.ª Isabel Soares, que já se tornou uma referência no quadro de eventos da região algarvia.
Maior o sucesso pois, na entrevista que a Senhora Presidente da Câmara concedeu à Rádio RUA, referiu que a feira teria um custo total de cerca de 200.000€. Ora, se a Feira teve 132 000 visitantes, considerando apenas o valor das entradas diárias (2€), teremos de concluir que a Feira Medieval de 2015 teve uma receita de, pelo menos, 264 000€. Digo pelo menos, pois que o valor das pulseiras, era mais elevado (mínimo 3€), sendo o resultado final superior.
Se a isto acrescermos o valor das entradas no torneio e castelo (pagas à parte) bem como os valores devidos pela ocupação da via pública, depressa concluímos que a Feira Medieval é uma fonte de receita considerável para o Município de Silves.
Este ano os roupeiros foram entregues a associações, o que reputo uma boa opção, embora desconheça o processo de atribuição de tais espaços às associações. Porém acredito ter sido através de um processo de concessão, resultante da aplicação de critérios transparentes e não de consultas dirigidas a meia dúzia de associações. Aqui poderá estar uma pedra de toque, pois que se poderá confundir com a atribuição encapotada de subsídios a algumas associações mais atractivas.
Ao contrário do ano passado, o relatório final da Feira Medieval não surgiu no dia seguinte, apenas uma nota de imprensa, dando conta de 132 000 visitantes, mas nada de contas. Tal é muito estranho, dado que se sabe quanto se gasta (no evento em si mesmo, na logística e na divulgação); se sabe o número de visitantes (logo o valor de caixa) o relatório de contas seria algo linear resultante de somas e subtracções. Mas, passado mais de um mês (21.09.2015), nada aconteceu. Será que os valores não batem certo com o número de visitantes tão prontamente apresentado? Esperemos para ver e decerto, se a situação não o fizer, seguramente a oposição se interrogará sobre esta demora.
Assim, fico a aguardar a apresentação de tal relatório que irá, seguramente, deixar claro, que nos cofres da Câmara deram entrada quantias, mais que suficientes, para pagar a feira e ainda deixar algumas verbas para outros gastos.
A este propósito, creio que se impõe uma breve nota às inserções publicitárias do Município de Silves.
Este verão a Senhora Presidente concedeu, e bem, algumas entrevistas. Porém, gostaria de salientar a que foi concedida ao suplemento do jornal Público. Para quem não sabe, tais suplementos são efectuados à custa dos entrevistados, pois que se tratam de publireportagens e não de reportagens. Ou seja, dito de outra maneira, perspectiva será esta “eu, jornalista, entrevisto-te e deixo-te dizer o que quiseres, mas tu pagas a publicação da entrevista, pois caso contrário não há nem entrevista nem suplemento”. Fica o esforço de divulgação do Concelho e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido.
Também por ocasião da festa do Avante, o Município de Silves, fez publicar, na revista de tal festa, um anúncio de meia página (em concreto na página 43). Desconheço o critério que determinou tal publicação, pois que a revista, que tem um custo de aquisição de 3€, se destina a fazer a divulgação da festa em causa
Apenas espero que não se trate de um apoio directo ao PCP, que é o proprietário da citada revista. Já agora, nem quero pensar o que aconteceria se algum executivo da Dr.ª Isabel Soares tivesse a audácia de publicar fosse o que fosse no “Povo Livre”…
Fica, esperemos, a divulgação do Município de Silves junto dos militantes do PCP e de todos os visitantes da festa do Avante. Assim ficaremos a aguardar, ansiosamente, o aumento dos militantes e apoiantes do PCP, bem como dos visitantes da festa do Avante a este singelo Concelho do Sul.